Intercâmbio em família é tendência

	Alexandre Rezende/Folhapress
	O casal Ester e Saulo e a filha Luísa passaram 20 dias em Londres estudando inglês

Nos últimos verões, a empresária Helga Gentil resolveu fazer algo diferente.Com o marido e os dois filhos a tiracolo, ela deixou o Rio, onde vive, e refez sua rotina a mais de 9.000 quilômetros de casa, tentando se virar em um idioma desconhecido.

Foi em Londres que a carioca realizou o sonho antigo. "Não pude aperfeiçoar meu inglês quando jovem e, quando conquistei maturidade financeira para tal, já tinha filhos.Não queria deixá-los. O jeito foi levar todo mundo", conta.

A empresária personifica uma tendência no setor de cursos no exterior: a de intercâmbio em família. Motivados pelo desejo de aprimorar uma língua e incrementar o currículo, pais têm encontrado nesses pacotes uma oportunidade de conciliar estudos sem abrir mão de curtir as férias com os filhos.

Os programas são montados de acordo com a vontade (e o bolso) dos clientes. Helga alugou um apartamento e assistiu a aulas por quatro semanas. À tarde, encontrava o marido e os filhos para passeios guiados por um professor particular.

"Foi tão rico que voltamos no ano seguinte." Segundo Márcia Mattos, gerente de cursos da STB, a demanda por pacotes de intercâmbio para a família cresceu cerca de 80% nos últimos três anos, o que fez a empresa criar um departamento para encontrar acomodações adequadas ao novo público. "Uma semana em um flat, com o curso incluso, equivale ao mesmo período em hotel, ou até mais barato", afirma.

A relação custo-benefício convenceu a servidora pública Ester Araújo Lopes, 53, a apostar também nas aulas de inglês durante a visita à filha Letícia, que estuda na Europa.

O marido e a caçula entraram na onda, e os três passaram 20 dias estudando em Londres, cada qual num aturma diferente.

"A meia experiência e acho que poderíamos ter feito algo mais longo", diz Ester. A empreitada custou em torno de R$ 30mil.

Os destinos mais procurados, segundo Tereza Fulfaro, da CI, são Inglaterra e Estados Unidos, mas há pacotes para países como Argentina, Espanha e França.

Geralmente, as famílias escolhem programas de quatro semanas e viajam em meses de férias escolares, como janeiro, julho e dezembro.