Todo mundo foi neném
RENATO JANINE RIBEIRO, O MINISTRO E O TERNINHO
O ministro da Educação se lembra com carinho de seu primeiro dia de aula no grupo escolar. Diz que se sentiu perdido e acha que foi de terninho -embora acredite, ao mesmo tempo, que possa ter confundido o uniforme com o traje de sua primeira comunhão. Janine Ribeiro, 65, não se esquece, porém, do "amor à primeira vista" pela professora e diz que gostaria que todas as crianças pudessem conviver com profissionais apaixonados pelo que fazem. "Isso mudaria o destino de todos." (FÁBIO TAKAHASHI)
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RAÍ, O CRAQUE NA CORNETA
Raí (aos 6 meses e hoje) cresceu em Ribeirão Preto e teve uma infância bem interiorana. "A minha escola parecia um grande quintal, com muitas árvores", diz. Além do esporte, onde sempre se destacou, Raí tocava corneta e caixa na banda escolar -sem muito sucesso, reconhece. A casa dele estava sempre cheia. "Sou o caçula de seis irmãos. Meus pais enlouqueciam", diz. Todo dia era dia de campeonato. "Fazíamos torneios de pingue-pongue na mesa de jantar. Eu era o menor, mas já jogava bem!", diz. (DIEGO IWATA LIMA)
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SANDRA PERES, A VOZ DA PALAVRA CANTADA
Antes de suas primeiras brincadeiras musicais, Sandra Peres, 51, da dupla Palavra Cantada, teve seus dias de esportista. "Gostava especialmente de vôlei", conta a cantora, pianista e compositora. Passava as tardes brincando de queimada e esconde-esconde pela vizinhança. De sua primeira escolinha, se lembra de "duas vovós, muito sensíveis e dedicadas", que cuidavam das crianças. (RICARDO BUNDUKY)
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RUTH ROCHA, A DONA DAS HISTÓRIAS
Uma das mais renomadas escritoras de livros infantis e membro da Academia Brasileira de Letras, Ruth Rocha, 84, foi uma ouvinte entusiasmada quando pequena. "Me lembro da infância toda ouvindo muitas histórias". Eram contos de fadas, lendas folclóricas e livros de Monteiro Lobato, contados pela mãe e pelo pai.
Quando o narrador era o avô, de origem baiana, as histórias sempre terminavam em Salvador (BA). "Ele dizia: aí a Branca de Neve casou com o príncipe e eu fiz uma bandeja muito grande de doces para você, mas quando estava na ladeira do Escorrega, caí e quebrou tudo".
Entre as brincadeiras prediletas com a irmã, elenca as de casinha e bonecas -com direito a comida de mentira- e os livros de colorir. A imaginação dava vida também às peças de rei e da rainha do jogo de xadrez de seu pai.
As crises graves de asma, que teve desde os 3 anos, renderam cuidados ainda mais especiais da mãe, que lhe dava gibis, ligava o rádio e preparava um "mingau gostoso". "Ela ficava um tempão comigo enquanto eu estivesse acordada, para não me deixar sozinha. Foi uma das coisas que mais me marcaram". (RICARDO BUNDUKY)