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Todos por uma

Equipe do Brasil em Londres repete aposta nos esportes coletivos, em que o país é maior que China, Rússia e Austrália

Brazil Photo Press
Jogadoras da seleção de vôlei, atual campeã olímpica
Jogadoras da seleção de vôlei, atual campeã olímpica

PAULO COBOS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

Não será nos Jogos de Londres que o COB, o Comitê Olímpico Brasileiro, vai formar uma delegação olímpica que reflita uma nação que abraça o esporte nas suas mais diferentes modalidades e ainda leva o alto rendimento para todo o país.

A equipe de 259 competidores, que estreia na Olimpíada nesta quarta-feira com o futebol feminino, mais uma vez é concentrada nos esportes coletivos, numa proporção não encontrada em nenhuma potência olímpica, e em atletas do eixo Rio-SP.

Considerando as maiores modalidades coletivas, futebol, vôlei, basquete, handebol, polo aquático e hóquei, o Brasil fica só atrás em tamanho dos anfitriões britânicos (que têm classificação automática na maioria dos casos) e, por muito pouco, de americanos e espanhóis.

Mas somos maiores que chineses, que vão brigar novamente pelo topo do quadro de medalhas, australianos, franceses, alemães e russos.

Dos brasileiros que vão estar na Olimpíada de Londres, 38% vão disputar apenas sete medalhas -duas no futebol, duas no vôlei, duas no basquete e uma no handebol.

No caso chinês, só 16% da delegação foi convocada para os esportes coletivos.

Com cara de gigante no jogo de equipe, o Brasil fica longe de países bem menores nas modalidades que concentram o grosso das medalhas.

Tirando futebol, basquete, vôlei e handebol, o time nacional em Londres tem 161 atletas. A Ucrânia, com menos de um quarto da população brasileira, tem registrados até agora no site oficial dos Jogos 238 competidores -nenhum deles inscrito nas modalidades coletivas.

O país do Leste Europeu manda grandes equipes para esportes que rendem muitas medalhas, como luta e tiro, em que o Brasil tem presença quase insignificante.

Assim, priorizando esportes individuais, os ucranianos ganharam praticamente o dobro de medalhas que o Brasil em Pequim-2008 -27 contra 15 no total e sete de ouro contra só três dos brasileiros.

O COB coloca o judô e o vôlei, tanto o de quadra como o de praia, como puxadores de medalhas tanto para Londres como para a Rio-2016.

Os tatames rendem 14 medalhas com só 14 atletas, mas o vôlei, com 32 competidores, dá, no máximo, seis pódios.

Mesmo tendo patrocinadores que as modalidades puramente individuais nem sonham em ter, basquete e vôlei, ao lado do handebol, recebem em 2012 R$ 9,2 milhões de recursos da Lei Piva.

Esportes grandes oferecedores de medalhas, como o levantamento de peso, recebem praticamente um terço do valor dos esportes coletivos.

RIO-SP

O Brasil que vai aos Jogos continua desproporcional na distribuição geográfica.

Contra uma participação de 42% na população do país, o Sudeste responde por 60% da delegação olímpica.

Exatamente a mesma proporção dos Jogos de Atlanta, em 1996, a primeira Olimpíada da longa gestão de Carlos Arthur Nuzman no COB.

Londres ainda marca a primeira Olimpíada desde 2000 que a delegação do Brasil diminui em relação aos Jogos anteriores -em Pequim foram 277 atletas. O COB afirma que o tamanho da delegação em Londres está dentro do esperado. E tem a previsão de repetir na capital britânica os 15 pódios de quatro anos atrás.

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