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Executivos trocam grandes firmas por desafio e liberdade das menores

Chance de pôr mãos à obra, proximidade com o resultado e até mesmo salários podem compensar

Pequenas e médias empresas já investem em profissionalização e potencializam carreira, afirma consultora

ROGÉRIO MORAES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Boa remuneração, muitos benefícios e até status profissional são alguns dos motivos que fazem das grandes companhias o objeto de desejo de muitos profissionais.

Mas trabalhar em micro, pequena ou média empresa pode ter muitas vantagens, até em termos salariais.

No caso da carioca formada em publicidade e marketing Rose Silva Machado, 39, foi o desafio que trouxe a mudança de escala.

No início do ano ela deixou o cargo de gerente de contas da operadora Vivo para assumir o posto de diretora comercial da Luxo Embalado, uma pequena importadora recém-criada no Rio de Janeiro.

"Quando recebi o convite, percebi que era uma oportunidade de me desafiar e pôr em prática tudo o que sabia."

A possibilidade de crescimento profissional e a liberdade de trabalho foram os maiores estímulos para que Rose aceitasse a mudança, já que a remuneração ficou no mesmo patamar.

"Nas grandes empresas, há pouco espaço para desafios pessoais. É sempre a mesma receita de bolo, a mesma cartilha a ser seguida", afirma a executiva.

MÃO NA MASSA

Entre as vantagens de trabalhar em empresa menor estão a possibilidade de colocar em prática novas ideias, encarar desafios mais estimulantes e conseguir uma rápida ascensão na empresa.

É o que afirma a e consultora organizacional Yara Cunha.

"Empresas menores precisam de constante desenvolvimento, por isso oferecem mais oportunidades de realização. Sempre haverá aprendizado, desafios e a chance de uma boa carreira."

Yara lembra que no passado existia algum preconceito: profissionais mais capacitados relutavam em trabalhar em pequenas empresas.

Mas isso vem mudando em virtude do processo de modernização pelo qual passam muitas dessas empresas, que buscam aprimorar seus processos de gestão.

"Até empresas familiares, muito comuns nesse segmento, têm investido na profissionalização de seus quadros. Surge daí uma nova demanda por líderes e profissionais capacitados", avalia.

Foi por sentir falta de novos desafios que o engenheiro e administrador de empresas Carlos Carnevali Jr., 36, de São Paulo, deixou para trás o posto de diretor comercial para setor financeiro da Cisco Systems, em 2008.

"Embora eu estivesse numa ótima empresa, sentia que estava sempre fazendo mais do mesmo. Sentia falta de ter experiências mais amplas."

Atualmente, Carnevali exerce o cargo de diretor-executivo em uma empresa de médio porte, que atua no mercado de TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação).

"Numa grande corporação, mesmo um executivo acaba se tornando apenas mais uma peça da lenta engrenagem. Aqui posso ver o resultado efetivo do meu trabalho e a relevância dele para a empresa", afirma Carnevali.

Financeiramente, a troca também foi vantajosa. Carlos afirma que, na soma de bônus e participações, sua remuneração chegou a aumentar cerca de 30%.

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