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Satisfação no Carrão cresce em quatro anos

Região exibe alta em 16 dos 27 itens avaliados; distrito atinge a maior nota da zona leste, 6,5

ALESSANDRO FIOCCO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Dos 31 distritos pesquisados pelo Datafolha na zona leste, o Carrão é o lugar que obteve a melhor média de satisfação entre os entrevistados: 6,5. Em 2008, recebeu 5,7, a nona posição.

A Mooca, a campeã de 2008 com nota 6,6, ficou para trás e figura agora na quinta posição, com 5,9. À frente, Vila Matilde (6,1), Vila Formosa (6,0) e Ponte Rasa (5,9).

O engenheiro Eduardo Ueta, 54, acha que um dos motivos para o bom desempenho do Carrão é a união entre comerciantes e moradores.

"Quando um problema aparece e não é resolvido, a comunidade se une e o leva à esfera política", diz ele.

O Datafolha mostra também que a região sofre menos com um dos grandes problemas da cidade: o trânsito. O Carrão recebeu nota 5,6 para a não ocorrência de trânsito. O vizinho Tatuapé, para efeito de comparação, 3,7.

"Quando eu vou para lá, não vejo a hora de voltar", diz o advogado Carlos Grecco, 52.

Nascido e criado no Carrão, Grecco reforça que as ruas da região ainda estão distantes do pesadelo, mas teme. "Logo o Tatuapé irá grudar aqui. Onde tínhamos três ou quatro casas, teremos cem famílias. E some a isso o número de carros", conta Grecco.

O fator segurança, nota 5,5 ante 4,9 de 2008, também busca solução na comunidade. "Boa parte do efetivo de policiais mora aqui. Assim, há um convívio e se cria uma relação positiva", diz Ueta.

A comerciante Tania Bassetti, 52, dona de um pet shop, confirma essa relação. "Você sempre vê o mesmo policial passar na porta do seu comércio." Essa convivência diária, conta, faz com que se sinta mais protegida.

AÇÃO PARA IDOSOS

O item ações e eventos para idosos teve uma das maiores altas no Carrão, com média 5,3; em 2008, recebeu 3,8.

Na Associação Okinawa, uma das atividades oferecidas gratuitamente aos moradores é o gateball, esporte japonês, praticado em campo de terra, em que as tacadas na bola fazem com que ela passe por baixo de traves.

Todos os dias, cerca de cem idosos vão ao campo do Clube Escola Vila Manchester. Em 2009, eram 80 jogadores.

"Não pensa que porque sou velha fico parada. Acordo, faço o café e venho jogar", diz Fuji Ueta, 90, dona de casa.

A dança de salão também teve adesão. De duas turmas em 2007, pulou para quatro em 2012. O número de casais saltou de 50 para 70, sendo que 30% são idosos.

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