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Violência assusta consolação

Distrito que inclui Higienópolis, recente alvo de arrastões, teve queda na nota para segurança, segundo maior problema entre os 10 distritos do centro; moradores da Liberdade, do Bom Retiro e do Pari também reclamam

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Quem percorre as ruas largas e arborizadas do nobre Higienópolis pode observar uma característica que vai além dos prédios imponentes projetados por arquitetos renomados, como Vilanova Artigas e o autodidata João Artacho Jurado.

De dez anos para cá, os novos adereços às fachadas dos edifícios são guarda-sóis que abrigam seguranças de terno e seus radiocomunicadores.

Porém, o bairro, que é um dos mais vigiados por empresas privadas de vigilância, não se sente tão seguro, mostra a pesquisa Datafolha.

No distrito da Consolação, onde está Higienópolis, caiu de 6 para 5,2 a nota dada pelos moradores nesse quesito.

A queda na avaliação se repete no Pari (5,1 para 4,1), no Bom Retiro (5,4 para 4,7) e na Liberdade (5 para 4,5). A preocupação com o crime é o segundo maior problema entre os dez distritos do centro.

Em Higienópolis, o medo de criminosos se acentuou no momento em que os ladrões ultrapassaram as guaritas dos condomínios.

Na onda de arrastões que atingiu 17 prédios entre janeiro e agosto deste ano, três aconteceram no bairro.

Os ladrões armados também chegaram às mesas dos restaurantes. Não perdoaram, por exemplo, os badalados Carlota e pizzaria Bráz.

"A preocupação acontece mesmo, porque esse tipo de assalto [arrastão] é uma humilhação para clientes e comerciantes", diz Fuad Sallum, presidente do Conseg Higienópolis.

Para ele, porém, essa preocupação não traduz a realidade. "Tanto é um bairro seguro que 90% dos prédios e casas têm sistemas de segurança", afirma ele, morador da avenida Angélica.

Para o empresário Sérgio Pereira, 76, que vive no bairro desde que nasceu, ver "um policial em cada esquina" seria perfeito. "Mas sabemos que isso não é possível. Os crimes recentes aqui são esporádicos. O bom é que as pessoas não deixaram de ir às ruas e aproveitar o bairro", diz.

OPERAÇÃO DELEGADA

Roubos e furtos são os crimes mais comuns no centro. Para combatê-los, o comandante do policiamento na região, coronel Sérgio de Souza Merlo, diz que houve aumento no número de policiais com a Operação Delegada -o chamado bico oficial.

"Muitos dos roubos estão ligados ao consumo de drogas. Mesmo assim, todos os índices de crime estão em queda", diz Merlo. Para ele, o centro é a região mais policiada da cidade. "Só na cracolândia, são 2.000 homens."

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