Perfil - Rafael Borges

Clube dos fãs das loiras geladas

Em 2010, Pedro Meneghetti, 31, ganhou de aniversário o livro "1001 Cervejas Para Beber Antes de Morrer". O guia foi presente de Rafael Borges, 32, seu amigo de infância.

"Ficamos intrigados com a quantidade de cervejas e pelo fato de a maioria não existir no Brasil", diz Borges, que foi provocado por Meneghetti ainda na festa: "Como a gente vai fazer pra provar todas sem ter grana para sair viajando? Não temos tempo e muito menos dinheiro."

A pergunta ressoou na cabeça deles por dois meses. Eles estenderam a conversa por telefone e por e-mail, até que Borges recebeu um telefonema. "Venha a São Paulo o quanto antes, tive uma ideia que pode dar certo."

No final de semana seguinte, ele chegou à cidade. "Estranhei que ele não me adiantou nada por telefone, devia ser algo importante."

Os dois não se encontravam mais com muita frequência. Meneghetti deixou Porto Alegre (RS) -cidade natal de ambos- para morar em São Paulo, transferido pela empresa de comércio marítimo em que trabalhava.

"A ideia de Pedro era facilitar a vida dos apaixonados por cerveja que, assim como nós, não teriam jeito de provar as mais variadas marcas do mundo", diz Rafael.

Foi assim que nasceu o Have a Nice Beer, uma startup em que os sócios cadastrados recebem mensalmente quatro garrafas de cervejas de dois rótulos diferentes mais uma revistinha produzida por eles próprios contando a história das marcas selecionadas, além de novidades desse universo.

INSPIRAÇÃO

A dupla optou por seguir o modelo de negócios do clube de vinho on-line Sociedade da Mesa, que funciona de modo parecido, mas cobra do associado mensalidade variável de acordo com o número de garrafas que pretende receber a cada mês.

"Depois de ganhar o livro, Pedro notou que seus pais tinham uma espécie de assinatura que enviava kits de vinhos todos os meses e foi procurar saber como funcionava. Quando descobriu, quis logo me contar e achei ótima a ideia. Entendi o motivo de tanto mistério", diz Borges.

O site do Have a Nice Beer entrou no ar em março de 2011, com 114 associados -que pagam R$ 68,90 pela assinatura- e aporte de R$ 200 mil de um amigo investidor. "Ficamos planejando por seis meses, procurando ao mesmo tempo alguém que se interessasse em investir em nós."

De lá para cá, a startup conquistou mais de 4.700 associados. A expectativa de Meneghetti e Borges é fechar o ano com 7.000 cadastrados.

dupla prevê crescimento anual de 13% a 15% em relação ao número de associados e um salto no faturamento de R$ 2 milhões, em 2011, para R$ 3 milhões neste ano.

O motivo de tamanho sucesso? "A nossa divulgação nas redes sociais é muito forte, assim muita gente pode conhecer nosso trabalho e querer fazer parte do clube", afirma Borges.

SÓ PARA SÓCIOS

Um bar exclusivo para associados deve abrir ainda em outubro na Vila Madalena e oferecer permanentemente os rótulos que importa.

"Queremos que o bar seja uma extensão da sala de estar da pessoa e que ela encontre lá as cervejas que mais gostou."

As regras para frequentar o bar ainda não foram definidas, mas convidados serão permitidos e a casa não abrirá todos os dias.

"É mais uma ação de relacionamento, uma oferta de entretenimento e alternativa para o associado do que propriamente uma fonte de renda para o clube."