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Marcio Lacerda é reeleito em Belo Horizonte com 53% dos votos

Prefeito, apoiado por Aécio Neves, surge como possível candidato ao governo de Minas em 2014

Campanha foi marcada por provocações entre o senador e a presidente Dilma, que apoiou Patrus Ananias, do PT

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE
LEANDRO COLON
ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE

Marcio Lacerda (PSB), 66, foi reeleito ontem prefeito de Belo Horizonte com 53% dos votos válidos e vai seguir no comando político da capital mineira, agora sem o derrotado PT ao seu lado.

O sucesso eleitoral de Lacerda se estende também ao seu fiador, o senador Aécio Neves (PSDB), que travou duelo à parte com a presidente Dilma Rousseff, fiadora da candidatura de Patrus Ananias, que obteve 41%.

Pelo envolvimento dos dois e das farpas trocadas, essa disputa acabou se tornando uma espécie de prévia de um eventual confronto presidencial em 2014. Dilma já havia perdido em BH nos dois turnos da disputa de 2010.

O PT de Minas sai enfraquecido dessa disputa. Oficialmente, o partido deixará a prefeitura de BH após 20 anos no poder, divididos com o PSB. A trajetória do PT na prefeitura começou em 1992, justamente com Patrus.

Agora, sem Belo Horizonte, os petistas perdem o seu principal "bunker" político para tentar fazer frente ao governo estadual, desde 2003 sob o domínio do PSDB.

A disputa em Belo Horizonte ganhou um caminho diferente na última hora das convenções partidárias.

O PT decidiu romper a aliança construída em 2008 com PSB e PSDB, arquitetada pelo então governador Aécio e o ex-prefeito petista de BH Fernando Pimentel, hoje ministro de Dilma.

Neófito em 2008, Lacerda agora ganha vida política própria. Há quatro anos, ele foi escolhido como nome de ligação para a aliança entre PT e PSDB por ser amigo de Pimentel e porque seu partido, o PSB, era da base do governo de Minas Gerais.

Sem o PT, o prefeito agora emerge como um líder político que, desde já, se credencia para concorrer ao governo de Minas, em 2014.

Por isso, ao longo da campanha, ele evitou se comprometer com o cumprimento dos quatro anos do seu mandato. "Aprendi que nunca se deve dizer dessa água não beberei", disse ele.

Lacerda também se fortalecerá nacionalmente dentro do PSB, embora em uma posição delicada: ele é aliado de Aécio em Minas, mas é dependente dos recursos federais; e o seu partido, o PSB, ainda é da base de Dilma.

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