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FHC defende aproximação com PSB em 2014

Ex-presidente afirma que PSDB possui uma base social, mas precisa mirar 'essa classe emergente' para ter êxito

Para tucano, eleição mostrou que hoje existe uma 'fadiga de material' e um cansaço do eleitor com a cidade

FÁBIO ZAMBELI
DO PAINEL

Convocado por José Serra para introduzir o mensalão na campanha paulistana, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende uma aproximação do PSDB com o PSB com vistas a 2014 em busca da "classe emergente".

Em entrevista ontem, o tucano se mostrou disposto a participar do segundo turno.

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Folha - Que recado o eleitor paulistano dá com esse tríplice empate no dia da eleição?

FHC - É raro, quase milagre. É reflexo, entre outras coisas, daquela fadiga de material sobre a qual sempre falei. E também reflete o clima do mensalão e um cansaço do eleitor com a cidade. O prefeito fez bastante, mas a população quer mais. Isso é típico de uma metrópole com muitos problemas cotidianos, como a questão do transporte, que aflige a todos.

Foi muito positivo esse crescimento do Serra na reta final. Acho que esses dias têm mostrado, que apesar da rejeição do eleitorado pela polarização, PSDB e PT são os partidos que têm base social. O Russomanno captou a massa que não está alinhada a essas bases. E o Chalita também, é bom que se diga.

É uma demonstração de voto mais pragmático?

O pragmatismo, em eleição municipal, é muito presente. O que acho que impulsionou mesmo o Russomanno foi a defesa do consumidor. Ele se coloca como defensor direto do povo, isso pegou. O eleitor espera alguém que o defenda. A facilidade dele é que nunca foi governo. Serra e PT já foram em algum momento o poder aqui em São Paulo e não têm tanta liberdade para atacar os feitos da administração, pois pode haver ali algo que eles mesmo tenham proposto no passado.

Que desafio o PSDB tem para se reposicionar?

A eleição mostra que há um espaço para o PSDB. Veja que o PT teve que reeditar o discurso de "partido dos pobres", talvez desprezando um segmento que emergiu economicamente e que continua sem representatividade política. Se o PSDB mirar essa classe emergente, essa é uma estratégia que acredito ter chance de prosperar.

Que novos "players" saem fortalecidos para 2014? O PSB?

Para avaliar o PSB é preciso considerar que Curitiba e Belo Horizonte são operações políticas do PSDB, do Beto [Richa] e do Aécio [Neves]. O PSB ainda me parece não ter ressonância como partido nacional, embora o resultado de Recife seja bem expressivo e lá o governador Eduardo Campos mostre sua força.

Há espaço então para uma grande aliança PSDB-PSB?

Não sei o cenário é favorável à aliança. Se houver, será forte e salutar. Mas depende do desempenho do governo federal e das alianças da presidente Dilma para ver se o Eduardo se arrisca a romper.

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