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Moradores puxam escritórios para perto

Para evitar trânsito, profissionais liberais optam por ter salas comerciais perto de onde compraram suas moradias

Consultoria mapeia os municípios vizinhos de São Paulo com maior número de lançamentos desde janeiro deste ano

Simon Plestenjak/Folhapress
Empreendimento comercial em construção na região central de Alphaville, que será entregue em 2014; prédio terá escritórios e consultórios com tamanhos de 41 m² a 853 m²
Empreendimento comercial em construção na região central de Alphaville, que será entregue em 2014; prédio terá escritórios e consultórios com tamanhos de 41 m² a 853 m²

MARIANA SALLOWICZ
DE SÃO PAULO

Com os altos custos dos terrenos na capital paulista e o surgimento de novas demandas, as construtoras estão se voltando para o entorno de São Paulo como forma de expandir também o segmento de salas comerciais.

Novos municípios entraram no radar das construtoras neste ano, como Cotia, Osasco e Diadema, que não tiveram lançamentos desse tipo durante os primeiros oito meses de 2011, mostra uma pesquisa da consultoria imobiliária Geoimovel.

Outras localidades se destacaram entre os municípios com mais lançamentos de imóveis comerciais de janeiro a agosto, como Barueri e o ABC paulista.

Do ponto de vista dos empresários, a proximidade com São Paulo é uma das vantagens. São Caetano, por exemplo, fica a 14 km da capital.

"Além disso, com mais lançamentos de prédios residenciais nessas cidades, muitos optaram por abrir escritórios onde compraram suas casas e se mudaram definitivamente para essas regiões", afirma Celso Amaral, diretor da Geoimovel.

Mirella Tarpinelle, diretora de atendimento da Lopes, diz que, com os problemas de locomoção, há uma tendência de trabalhar próximo a onde se mora. "Isso tem ajudado no desenvolvimento de regiões que não são tradicionais eixos comerciais."

Segundo a diretora de serviços corporativos da imobiliária Herzog, Simone Santos, as salas atendem majoritariamente investidores e profissionais liberais. Estes últimos podem escolher o local de trabalho por não serem funcionários de uma empresa.

De acordo com os especialistas, os empreendimentos são destinados, principalmente, a consultorias, consultórios médicos e dentários, escritórios de advocacia e pequenas empresas.

Para Santos, com o grande número de lançamentos dos prédios comerciais nos últimos anos em São Paulo, as empresas têm mirado cada vez mais outras cidades, onde surgem novas demandas.

"As incorporadoras estão buscando mercados alternativos", afirma o diretor da Geoimovel.

A alternativa se apresenta em meio a um cenário de acomodação do setor após o boom dos últimos anos.

As cidades da região metropolitana, exceto a capital paulista, mantiveram alta nos lançamentos de salas comerciais nos primeiros oito meses do ano, com crescimento de 2% ante o mesmo período do ano anterior.

Já o resultado da cidade de São Paulo foi 12% inferior ao do mesmo período.

A pesquisa mostra que mais cidades da região metropolitana lançaram nos primeiros oito meses de 2012. Foram nove municípios, ante cinco em 2011.

Esse movimento garantiu os resultados positivos neste ano. Entre as cidades, porém, algumas apresentaram queda na comparação anual.

"São mercados que tiveram grande concentração de lançamentos nos últimos anos, como Barueri. Há uma acomodação para absorver o que há disponível", diz Amaral.

O especialista pondera que, apesar da retração, os lançamentos continuam em patamar elevado: as 777 unidades deste ano em Barueri estão abaixo das 1.221 entre janeiro e agosto de 2011, mas são mais do que o dobro do número de 2010 (351).

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