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Residenciais crescem mais no entorno da capital

Previsão é de alta de 30% nos lançamentos no ano; já a capital paulista deve ter queda na mesma proporção

DE SÃO PAULO

As cidades vizinhas a São Paulo devem lançar 30% mais imóveis residenciais neste ano na comparação com 2011. Já na capital paulista, a previsão é de uma queda na mesma proporção durante esse período.

No ano passado, os municípios da região metropolitana, com exceção da capital, lançaram 29 mil unidades do segmento, enquanto São Paulo totalizou 38 mil.

A estimativa é do presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), Claudio Bernardes. Segundo ele, após o boom dos últimos anos, a cidade passa por um ajuste.

De acordo com o especialista, com o fim do estoque de outorga onerosa -licenças adquiridas pelas incorporadoras para a construção de edifícios maiores- em algumas regiões, as construtoras estão ofertando fora da cidade, onde há possibilidades.

Dos 96 distritos de São Paulo, 18 estão hoje sem mais espaço para a construção de grandes empreendimentos. Entre eles, o Morumbi, a Mooca, a Lapa e a Bela Vista.

"Sem a outorga onerosa, é preciso comprar terrenos muito grandes para fazer um empreendimento, o que encare o produto e pode inviabilizá-lo", completa Celso Amaral, diretor da consultoria imobiliária Geoimovel.

Em seis anos e meio, o setor imobiliário pagou para a Prefeitura de São Paulo R$ 2,5 bilhões, de acordo com o sindicato da habitação.

Procurada, a prefeitura informou que estudos estão sendo feitos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano para subsidiar a possível revisão dos estoques de potencial construtivo de cada distrito.

Outro problema da cidade, segundo Bernardes, é a burocracia para a aprovação de novos projetos.

"O prazo chega a dois anos nos casos em que a questão é mais complicada", diz. Ele cita como exemplo terrenos contaminados, que passam por um processo de melhoria, mas que a análise deles demora muito tempo.

A Secretaria Municipal de Habitação, no entanto, afirma que o ritmo de análises de processos segue normal.

"Até o final de setembro, a média de processos analisados em 2012 está semelhante à dos anos anteriores", informa a secretaria em nota.

Apesar disso, admite que há um grande estoque de processos em análise (7.700).

Para reduzir o tempo de processamento, a prefeitura informa que vem adotando uma série de medidas nos últimos dois anos.

Entre elas, cita a contratação de novos técnicos, a informatização, a revisão e a simplificação de procedimentos.

PARTICIPAÇÃO

Diante desses entraves, as cidades vizinhas a São Paulo ganham progressivamente participação no total de lançamentos da região metropolitana. O percentual passou de 20%, em 2004, para 55% em julho deste ano (último dado disponível).

Com exceção de São Paulo, Barueri foi a cidade que mais lançou em 2012 até julho -também foi líder no segmento comercial. Na sequência aparecem Santo André, São Bernardo do Campo, Guarulhos e Osasco.

(MS)

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