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Programa ajuda empresa menor a exportar produtos

Fábrica de estojos que nasceu por acidente em Bragança vende 98% de sua produção para 28 diferentes países

Plano Nacional da Cultura Exportadora vai divulgar cursos, serviços e produtos para empreendedores

Isadora Brant/Folhapress
Marcus Bonna, que exporta 98% da produção de estojos para instrumentos musicais
Marcus Bonna, que exporta 98% da produção de estojos para instrumentos musicais

ANDRÉ ZARA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As micro, pequenas e médias empresas exportadoras do Brasil aumentaram o valor de suas vendas no ano passado. Porém o número de companhias vendendo para o exterior ainda oscila pouco.

Em 2011, o total de micro e pequenas que vendiam para o exterior chegou a 9.973, ante 10.150 em 2010. As médias totalizaram 5.710 no ano passado, ante 5.681 em 2010.

O quadro se mantém estável, com uma relação de tamanho comparável à de quase dez anos atrás.

Para mudar esse cenário, o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) lançou em agosto o Plano Nacional da Cultura Exportadora.

O objetivo é difundir cursos, serviços e produtos para os empreendedores, por meio de parceiras com instituições, em ações em 24 Estados.

Segundo a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, existem muitas empresas com potencial que ainda não exportam.

"São competitivas, porém não despertaram para isso. Há um desconhecimento considerável sobre exportação e nosso trabalho é desmitificar o processo e simplificá-lo."

Para ela, existem muitos mercados com potencial que poderiam ser mais explorados, e a inovação é importantíssima nesse aspecto, justamente porque as empresas menores não têm grande escala de produção.

"Elas vão competir em um nicho bem definido, com um produto específico para suprir uma demanda não atendida", afirma.

PRODUTOS MUSICAIS

A MB Cases, fabricante de estojos para instrumentos musicais, é um exemplo de empresa que encontrou seu caminho na exportação.

A empresa nasceu de um acidente: em 1990, o músico Marcus Bonna machucou a coluna e acabou confeccionando para si um estojo de trompa mais leve e compacto, feito de fibra de vidro.

Quando voltou a tocar na Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, seus colegas ficaram impressionados com o produto e encomendaram alguns estojos.

No ano seguinte, a Orquestra Filarmônica de Munique veio se apresentar em São Paulo e os trompistas alemães também fizeram encomendas, dando o impulso para a criação do negócio.

Marcus e a mulher, Kathia, começaram o negócio no quintal da casa da mãe dela, com apenas um funcionário. Desde o começo o foco foi exportar, processo que fizeram usando o serviço dos Correios e o de uma trading.

"Fizemos sucesso no boca a boca, de um músico indicando para o outro. Mas, para fortalecer a divulgação, passamos a visitar feiras."

Hoje, a empresa tem 50 funcionários em uma fábrica em Bragança Paulista (85 km de São Paulo) e exporta 98% da produção de 600 estojos por mês para 28 países.

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