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Análise

Partido agora mira o governo do Estado em 2014

VERA MAGALHÃES
EDITORA DO PAINEL

A eleição de Fernando Haddad é, incontestavelmente, uma vitória maiúscula do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que apostou num azarão, teve de convencer o PT a aceitá-lo e o viu superar o principal oposicionista do partido e de seu governo, o ex-governador, ex-prefeito e ex-presidenciável José Serra.

Com a aposta bem sucedida, o PT volta a comandar o sexto maior Orçamento do país e a maior população entre as cidades brasileiras. Mais: o partido se reposiciona no Estado que é simbolicamente a "última cidadela" tucana para se contrapor ao domínio petista na política nacional. Com a capital e cidades importantes de São Paulo, os esforços do PT se voltam para tentar derrotar Geraldo Alckmin em 2014.

Com bagagem de ministro da Educação e, antes, de técnico de segundo escalão e acadêmico, Haddad assume um desafio hercúleo: administrar uma cidade com problemas complexos e de difícil equação, em áreas vitais como saúde, trânsito, urbanismo, combate às drogas, habitação e educação.

Terá de provar na prática seu discurso de campanha: de que sabe fazer parcerias e é "mais aberto" que seu partido. Precisará, ainda, ter pulso para enfrentar a intensa briga interna por cargos.

E José Serra, o que fará? Por ora, é uma resposta que nem seus aliados mais próximos sabem dar. Empurrado para a disputa pela falta de opções em seu partido e pelo xadrez de Gilberto Kassab, que ameaçou apoiar o PT, Serra foi derrotado, em grande parte, graças à rejeição do prefeito e à sua própria -que tem como uma das causas justamente o fato de ter delegado a prefeitura ao aliado.

Dificilmente impedirá o projeto presidencial de Aécio Neves no PSDB. Para isso, não contará com Alckmin, uma vez que o governador paulista terá de batalhar mais pela própria reeleição.

Aos 70, Serra colhe sua mais dramática derrota. Mas dificilmente deixará a política. Em 2014, é provável que dispute novamente a eleição. Resta saber para que cargo.

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