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Copa 2014 já cria febre de albergues para jovens

Investimento inicial é de R$ 150 mil e retorno exige abrir ao menos 40 leitos

Número de hostels cresceu 67% nos últimos cinco anos no Brasil; empresários dizem que sociabilidade ajuda

ROGÉRIO DE MORAES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As perspectivas turísticas para a Copa do Mundo de futebol de 2014 no Brasil e o investimento inicial relativamente baixo têm feito crescer no país o número de hostels, também conhecidos como "albergues da juventude".

Esse tipo de estabelecimento tem atraído, em geral, jovens empreendedores dispostos a investir em um pequeno negócio.

Segundo dados da Federação Brasileira de Albergues da Juventude (FBAJ), o número de estabelecimentos recém-abertos filiados à instituição cresceu 67,2% nos últimos cinco anos -passou de 61 em 2007 para atuais 102.

De acordo com o presidente da federação, Carlos Augusto Silveira, o total de albergues no país, entretanto, é maior ainda, girando em torno de 400 estabelecimentos, uma vez que a filiação à FBAJ não é obrigatória.

Silveira afirma que o fato de não ser filiado não significa que o albergue seja ruim. Segundo ele, a filiação é somente uma forma de garantir ao hostel um padrão de qualidade internacional.

"Temos planos de aumentar o número de filiados em 50% até 2014", diz o presidente da FBAJ, que calcula pelo menos 20 novos hostels abertos no país até lá.

O investimento inicial para abrir um albergue está estimado em R$ 150 mil. Esse valor, porém, pode variar conforme a cidade e/ou as características do imóvel, assim como quais reformas serão necessárias para adaptá-lo ao tipo de serviço prestado.

De forma geral, o dinheiro aplicado para colocar um hostel em funcionamento é um décimo do custo estimado para abrir um pequeno hotel, de perfil econômico, em uma cidade de grande porte como São Paulo.

"Na hora de planejar, um fator fundamental é o número de leitos que serão oferecidos", afirma Deborah Cavalieri, tesoureira da Associação de Hostels de São Paulo e proprietária do Sampa Hostel, na Vila Madalena, zona oeste da capital paulista.

A empresária avisa que, para o negócio ser rentável, é preciso um mínimo de 40 leitos. O valor médio da diária de um hostel é de R$ 40.

Outro fator importante a ser pesado antes de investir é ter identificação com o perfil do negócio.

Mais do que um meio de hospedagem econômica, os albergues são pontos de convivência entre viajantes de vários países, com quartos coletivos e espaços compartilhados. O público, geralmente, é formado por jovens de espírito "mochileiro", com desejo de conhecer pessoas e trocar experiências.

"Eu abri um hostel porque sempre gostei de gente", diz Sandro Oliveira, 41, um dos sócios do Giramondo Hostel, aberto há quatro meses, também na Vila Madalena.

A justificativa de Oliveira é um bom exemplo do tipo de identificação que o negócio exige. "Para dar certo, tem que ter disposição e ser sociável, gostar de receber e conhecer pessoas", afirma.

CRESCIMENTO EM SP

Na cidade de São Paulo, o crescimento desse tipo de hospedagem tem sido acelerado. Relatório da São Paulo Turismo (SPTuris), empresa municipal responsável pela promoção do turismo paulistano, informa que em 2010 existiam 15 hostels na cidade. Hoje, são 43, segundo levantamento da Associação de Hostels de São Paulo -alta de 187% em dois anos.

Fernando Sanches, consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo), acredita que há espaço para mais estabelecimentos.

Sanches cita o potencial turístico da cidade, com ênfase no turismo cultural e na agitada vida noturna.

"São características que casam com o perfil do público jovem, que é em geral o público dos hostels", diz.

Mas é preciso ter cuidado com tanto otimismo, afirma Deborah Cavalieri. Sobre a "febre" em torno da Copa do Mundo, ela afirma que não se pode investir apostando num evento que dura só 30 dias.

"É imprescindível ter um bom plano de negócios, com um bom estudo de mercado."


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