|
Recuperar custa pouco,
mas falta investimento
da Reportagem
Local
Beira o ridículo
o custo para recuperar as pouquíssimas praças e campos de
futebol do Jardim Ângela. A praça Notas Musicais é
o melhor exemplo. Com R$ 40 mil seria possível refazer a quadra
esburacada e colocar alambrado, segundo Jerdes dos Santos, vice-presidente
da Sociedade Amigos do Parque São Gabriel.
Mesmo esburacada e mal iluminada, a praça é uma festa. É
usada quase todos os dias até a meia-noite. No fim-de-semana, abriga
festas. Na Semana Santa, vira palco da Paixão de Cristo.
São os próprios moradores que fazem a manutenção
do espaço. Na última semana, eles levantavam uma mureta
que desabou. Conseguiram 150 blocos, areia, pedra e ferro na administração
regional, e fizeram a obra. O material custa cerca de R$ 200.
Santos não tem dúvida: "Se tem esporte, a violência
diminui porque a molecada pensa só em bola e não pensa em
bobagem".
Não é só a prefeitura que abandona as praças
por ali -a iniciativa privada também não colabora. Ao contrário
do que ocorre nos melhores bairros de São Paulo, não há
praça "adotada" ali.
A Procter & Gamble tem escritórios em Santo Amaro, a menos
de 5 km do Jardim Ângela. Mas escolheu o vale do Anhangabaú,
a cerca de 25 km de sua sede, para fazer marketing social. Está
investindo R$ 120 mil por ano na limpeza do vale. Neiva Carmo, diretora
de relações externas da empresa, diz que não tem
projetos na periferia pois foge ao conceito de marketing social adotado.
A Procter prioriza a idéia de limpeza porque os projetos são
associados ao sabão em pó que produz.
O custo para recuperar campos de futebol é ainda mais ínfimo,
segundo Osni Santos Gomes, do Centro de Formação e Recreação
São José: "Com R$ 3.000 você arruma um campo.
A população pede o básico: vestiário e máquina
para aplainar o campo". (MCC)
|