São Paulo, 17 de outubro de 1999


Flor no chão causa morte de Gilmar

do enviado especial a Uberlândia

Uma flor encontrada no chão de uma boate na periferia de Uberlândia (Minas Gearis) resultou na morte do carroceiro Gilmar Mendonça, que levou três tiros na noite de 13 de abril de 1997. Ele tinha 26 anos.
O crime, um dos 51 registrados na cidade naquele ano, se enquadra no que o delegado Ramon Tadeu Carvalho Bucci chama de futilidades.
O irmão de Mendonça, Alex Alves, que testemunhou o crime, diz que ele encontrou a flor jogada e a pegou. Um rapaz afirmou que a flor era de sua namorada e foi discutir com o carroceiro.
A discussão chamou a atenção de todos, virou atração e formou rodinha no meio do salão. Logo a confusão se dispersou e tudo indicava que o assunto acabaria ali.
Só que, na saída do baile, o rapaz esperou Mendonça, sacou a arma e lhe deu três tiros.
Um quarto ainda acertou a barriga do amigo do carroceiro Marco Paulo Donizetti.
"Eu vi tudo de perto. Não morri por sorte. Estava perto dele", disse Alex Alves, 15.
"Tudo foi apenas uma brincadeira. A flor estava caída ali no chão. Podia ser de qualquer um. Não podia acabar daquele jeito", afirmou Donizetti.

Perfil
Segundo o Ministério Público do município de Uberlândia, o infrator na cidade é jovem (entre 18 e 20 anos), inexperiente no mundo do crime e vem de outros municípios de Minas Gerais e da região .
"Na Colônia Penal de Uberlândia (a cadeia da cidade), 70% dos presos vêm de fora", afirmou o promotor Breno Linhares Lintz.
Segundo ele, os homicídios em Ribeirão Preto podem ser superiores aos de Uberlândia, mas o número de roubos e de furtos entre os mineiros com certeza é maior. "A violência, entre 1997 e 98, cresceu 350% em Uberlândia. Não é um resultado a comemorar", declarou o promotor Breno Lintz. (LEk)


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