|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Atrás da Argentina no quadro histórico de medalhas, país busca 3º lugar das Américas em 2007
Brasil sonha em integrar trio de ferro
Pan-2003 marca o início
de um investimento para
fazer do Brasil, em quatro
anos, a terceira potência
esportiva das Américas.
Pelo menos essa é a idéia de Carlos Arthur Nuzman, presidente
do Comitê Olímpico Brasileiro.
"Em 2003, nossa meta é ficar em
quarto lugar, como em Winnipeg
[1999]. Mas temos que melhorar
nosso desempenho e conquistar
mais medalhas. No Rio, daqui a
quatro anos, os planos têm que
ser mais ambiciosos. Vamos trabalhar para ficar entre os três primeiros", afirma o dirigente.
Para atingir seu sonho mais
inalcançável, abrigar a Olimpíada
de 2012 no Rio de Janeiro, os dirigentes acreditam que não basta
um bom lobby internacional. É
necessário mostrar conquistas.
"Não basta o Brasil ter estrutura
para organizar uma Olimpíada.
Precisamos formar uma força esportiva e trabalhar mais firme para fazer do país uma das grandes
potências esportivas do mundo",
afirma Carlos Roberto Osório, secretário-geral do Co-Rio, o Comitê Organizador do Pan-2007.
Para isso, o Brasil já mostra evolução no quadro de medalhas. Há
dois Pans, mesmo mandando 401
atletas, a equipe brasileira não
passou de um modesto sexto lugar, atrás das potências continentais -EUA, Cuba e Canadá-,
mas também abaixo de seus rivais
mais diretos pela quarta posição
-Argentina e México.
A lição foi aprendida em Winnipeg, quando o país obteve seu recorde de medalhas (101) em um
Pan. Os rivais reconhecem a evolução. "No futuro, Brasil e Canadá
serão ameaças a Cuba", prevê José Fernández, presidente do Comitê Olímpico Cubano.
Apesar do plano ambicioso, porém, falta muito para o Brasil
atingir o nível de sua arqui-rival
Argentina. O vizinho está à frente,
com folga, no quadro histórico de
medalhas. Ele tem 794 insígnias
pan-americanas. O Brasil conta
com 151 glórias a menos.
Se repetir, nas próximas edições
dos Jogos, desempenho semelhante ao de Winnipeg, quando
conquistou 29 medalhas a mais, o
país de Nuzman irá demorar ao
menos mais seis Pans para ultrapassar a Argentina.
Pan para meia dúzia
Os planos ambiciosos do país,
de concentração de medalhas, refletem uma realidade encontrada
na história do Pan. O levantamento do quadro histórico de medalhas, obtido pela Folha com a
Odepa, reflete as desigualdades
social e econômica das Américas.
Jogos criados para integrar o esporte do continente, o Pan, após
mais de meio século de vida, mostra servir só para meia dúzia.
Dos 42 países que disputarão os
Jogos-03, 36 deles sabem que seu
papel na República Dominicana
será de figurante. Os seis grandes
-EUA, Cuba, Canadá, Brasil, Argentina e México-, valorizem ou
não o Pan, provavelmente chegarão ao final da competição encabeçando as primeiras posições.
Os manda-chuvas concentram
84,7% das medalhas pan-americanas e são donos dos melhores
lugares do pódio: 94% dos ouros.
Os 36 pequenos ganharam só
188 ouros na história, número inferior às conquistas de quatro países do bloco dominante: EUA,
Cuba, Canadá e Argentina.
Apesar da desigualdade, Mario
Vázquez Raña, presidente da
Odepa, crê que isso possa mudar
com a consolidação de acordos
econômicos como a Alca (Área de
Livre Comércio das Américas).
"Uma associação desse tipo seria benéfica para milhares de jovens. Teríamos novos campeões
e, consequentemente, Pans melhores", disse ele à Folha.
Texto Anterior: Treino forçado Próximo Texto: Carlos Nuzman Índice
|