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BASTIDOR
Ataques terceirizados geram indignação nos assessores de Serra e Marta; da platéia, eles reagiam e trocavam provocações
Marqueteiros acusam "compra" de candidatos
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em vez de críticas diretas, a terceirização de ataques foi o maior
incômodo dos assessores e dos
marqueteiros dos candidatos à
Prefeitura de São Paulo Marta Suplicy (PT) e José Serra (PSDB) no
debate de ontem na Rede Globo.
Tucanos e petistas, da platéia, se
acusavam mutuamente de "comprar" apoio de candidatos.
Sentados na primeira fileira como espectadores, o marido de
Marta, Luis Favre, o publicitário
Duda Mendonça e o secretário de
Projetos Especiais da cidade, Valdemir Garreta, atuavam como
termômetro do embate.
Favre ficou indignado quando o
candidato do PTC a prefeito, Ciro
Moura, criticava a prefeitura. "Ele
não é só pago pelo Serra, ele é formado pelo Serra", comentou. Minutos depois, o marido de Marta
perguntou a Garreta: "Quanto
um candidato ganha para fazer isso?". E o secretário respondeu:
"Mais de 2 milhões".
O publicitário de Serra, Luiz
Gonzalez, por sua vez, não escondia a irritação em relação à participação de Paulo Maluf (PP), que
fez críticas ao tucanato. Gonzalez
riu quando Maluf questionou se
poderia fazer uma pergunta à
Marta e respondeu, em voz alta,
da platéia: "Não, cara de pau".
Antes, ele havia comentado: "E
ainda nega o acordo", em referência ao entendimento firmado entre o PP e o PT para centrar ataques a Serra e poupar Marta.
Do lado dos petistas, Ciro Moura não foi o único alvo de reações
revoltadas. Garreta chamou Serra
de "mau caráter" por estar, segundo o secretário, misturando
números do Instituto Florestan
Fernandes ao comentar gastos da
Prefeitura de São Paulo.
Em boa parte do programa, a
sensação era, por parte dos assessores petistas, de desempenho insatisfatório da prefeita, mas a reação veio, segundo eles, quando
Marta atacou Serra, dizendo que
ele não tinha projetos para a cidade e copiava ou ampliava os dela.
Nesse momento, Duda vibrou:
"Isso, ótimo. Foi isso que eu disse". E Favre continuou: "Ele [Serra] foi esmagado".
Duda também reclamou dos
cortes feitos enquanto os candidatos ainda falavam, quando o
tempo deles acabava. Disse que o
corte abrupto era um "desrespeito que nunca havia visto em lugar
nenhum no mundo".
Os assessores dos candidatos
também manifestaram descontentamento com o tempo que os
participantes do debate tiveram
de esperar no estúdio antes de o
programa começar: 45 minutos.
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