São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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SENADO/SÃO PAULO

Virtual eleito, Suplicy declara amor ao PT

Pela primeira vez em sua vida, senador deverá fechar campanha com saldo; petista recebeu R$ 916,4 mil em doações

"Acho que estou ajudando mais o presidente dizendo as coisas com sinceridade do que dizendo que as coisas estão bem", diz senador


FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Eduardo Suplicy (PT), 65, seguirá para seu terceiro mandato no Senado por São Paulo, indica levantamento do Datafolha concluído ontem. Suplicy aparece com 53% dos votos válidos, contra 31% do segundo colocado, Guilherme Afif Domingos (PFL).
Alda Marco Antonio (PMDB) teve 7% dos votos válidos e Elza (PDT), 2%. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
Feito entre ontem e anteontem, o levantamento ouviu 3.219 eleitores em 66 municípios de São Paulo. A pesquisa foi registrada no TRE-SP com o número 006511/2006.
Prestes a completar uma campanha sem nenhum grande estresse, o senador disse que pela primeira vez em sua vida pública, iniciada há 27 anos, deverá fechar a corrida com saldo nas contas de candidato.
Até sexta-feira Suplicy contabilizava R$ 916,4 mil em receitas e R$ 906,2 mil em despesas, a maior parte com o programa de TV. O banco Itaú, com R$ 150 mil, e a Embraer, com R$ 100 mil, foram os principais contribuintes entre as pessoas jurídicas: "Não gastei nada em material impresso". Suplicy prometeu não ultrapassar R$ 1,5 milhão em gastos.
Na reta final, o senador cutucou seu principal adversário, Afif Domingos, administrador de empresas como ele e seu ex-colega no Colégio São Luiz, escola de elite de São Paulo. O peefelista disse que em 16 anos Suplicy não fez nada.
"Por que razão [Afif] não conquistou São Paulo? É porque as pessoas lembram de algumas coisas... Ele votou contra o direito de greve, férias...", disse Suplicy em referência à atuação de Afif como deputado constituinte. Mais tarde, disse que preferia substituir a frase por um outro questionamento. "Gostaria de saber se Afif, se eleito, dará continuidade ao projeto de renda básica de cidadania [de autoria de Suplicy]."
Para os prováveis próximos oito anos de mandato, o senador promete continuar a bater na tecla da renda de cidadania, sua conhecida proposta de garantir a todo brasileiro uma renda mínima para sobrevivência -e tema tratado em todas, todas as pausadas falas de Suplicy. O projeto foi sancionado por Lula com previsão de "implantação gradual", o que foi acordado com o senador ainda na tramitação da proposta.
Suplicy também aponta que seguirá sendo um calo para o PT, que o acusa de individualismo e chatice em razão das reiteradas críticas do senador. Nesta campanha, foi cobrado pelo PT da capital paulista por não estar ajudando Aloizio Mercadante. Na última quinta, o senador atormentou Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula, para que o presidente fosse ao debate da TV Globo.
"Acho que estou ajudando mais o presidente dizendo as coisas com sinceridade do que dizendo que as coisas estão bem", responde Suplicy quando questionado sobre seus conselhos a Lula. Mas também tem dito que não larga o partido que tanto critica. "Tudo que tenho feito tem sido coerente com toda a história do PT".


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