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SENADO/SÃO PAULO
Virtual eleito, Suplicy declara amor ao PT
Pela primeira vez em sua vida, senador deverá fechar campanha com saldo; petista recebeu R$ 916,4 mil em doações
"Acho que estou ajudando mais o presidente dizendo as coisas com sinceridade do que dizendo que as coisas estão bem", diz senador
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Eduardo Suplicy (PT), 65, seguirá para seu terceiro mandato no Senado por São Paulo, indica levantamento do Datafolha concluído ontem. Suplicy
aparece com 53% dos votos válidos, contra 31% do segundo
colocado, Guilherme Afif Domingos (PFL).
Alda Marco Antonio (PMDB)
teve 7% dos votos válidos e Elza
(PDT), 2%. A margem de erro é
de dois pontos percentuais.
Feito entre ontem e anteontem, o levantamento ouviu
3.219 eleitores em 66 municípios de São Paulo. A pesquisa
foi registrada no TRE-SP com o
número 006511/2006.
Prestes a completar uma
campanha sem nenhum grande estresse, o senador disse que
pela primeira vez em sua vida
pública, iniciada há 27 anos, deverá fechar a corrida com saldo
nas contas de candidato.
Até sexta-feira Suplicy contabilizava R$ 916,4 mil em receitas e R$ 906,2 mil em despesas, a maior parte com o programa de TV. O banco Itaú,
com R$ 150 mil, e a Embraer,
com R$ 100 mil, foram os principais contribuintes entre as
pessoas jurídicas: "Não gastei
nada em material impresso".
Suplicy prometeu não ultrapassar R$ 1,5 milhão em gastos.
Na reta final, o senador cutucou seu principal adversário,
Afif Domingos, administrador
de empresas como ele e seu ex-colega no Colégio São Luiz, escola de elite de São Paulo. O
peefelista disse que em 16 anos
Suplicy não fez nada.
"Por que razão [Afif] não
conquistou São Paulo? É porque as pessoas lembram de algumas coisas... Ele votou contra o direito de greve, férias...",
disse Suplicy em referência à
atuação de Afif como deputado
constituinte. Mais tarde, disse
que preferia substituir a frase
por um outro questionamento.
"Gostaria de saber se Afif, se
eleito, dará continuidade ao
projeto de renda básica de cidadania [de autoria de Suplicy]."
Para os prováveis próximos
oito anos de mandato, o senador promete continuar a bater
na tecla da renda de cidadania,
sua conhecida proposta de garantir a todo brasileiro uma
renda mínima para sobrevivência -e tema tratado em todas,
todas as pausadas falas de Suplicy. O projeto foi sancionado
por Lula com previsão de "implantação gradual", o que foi
acordado com o senador ainda
na tramitação da proposta.
Suplicy também aponta que
seguirá sendo um calo para o
PT, que o acusa de individualismo e chatice em razão das reiteradas críticas do senador.
Nesta campanha, foi cobrado
pelo PT da capital paulista por
não estar ajudando Aloizio
Mercadante. Na última quinta,
o senador atormentou Gilberto
Carvalho, chefe-de-gabinete de
Lula, para que o presidente fosse ao debate da TV Globo.
"Acho que estou ajudando
mais o presidente dizendo as
coisas com sinceridade do que
dizendo que as coisas estão
bem", responde Suplicy quando questionado sobre seus conselhos a Lula. Mas também tem
dito que não larga o partido que
tanto critica. "Tudo que tenho
feito tem sido coerente com toda a história do PT".
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