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ALAGOAS
Collor tenta hoje retornar a Brasília 14 anos depois
"Sinto que o povo alagoano quer dar uma resposta a Brasília", diz ex-presidente
Sem conceder entrevistas à imprensa, Collor fez uma campanha bastante curta, mas visitou quase todos os municípios de helicóptero
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ
Com um discurso que busca
convencer o eleitorado de que
foi injustamente afastado do
Planalto, o ex-presidente
(1990-1992) Fernando Collor
de Mello, 57, tenta hoje, mais
uma vez, voltar ao cenário político brasileiro. Ele disputa uma
vaga ao Senado por Alagoas.
O principal adversário de
Collor é novamente o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT),
57, com quem disputou o governo do Estado, em 2002, sua
primeira eleição depois de recuperar seus direitos políticos.
O ex-presidente foi derrotado
no primeiro turno. Lessa foi
prefeito de Maceió e governador de Alagoas de 1999 a 2006.
Neste ano, a uma semana da
votação, as pesquisas mostravam Collor tecnicamente empatado com Lessa. José Thomaz Nonô (PFL) aparece atrás.
Em 1992, Collor renunciou à
Presidência para evitar o impeachment, mas mesmo assim
teve seus direitos políticos cassados pelo Senado até 2000.
Em sua atual campanha, o
ex-presidente pede votos para
que, se eleito, possa falar "de
igual para igual" com os parlamentares e "contar a verdade"
sobre o processo de impeachment. Em seus discursos, Collor busca caracterizar seu afastamento da Presidência como
uma perseguição a Alagoas e ao
Nordeste. "Sinto que o povo
alagoano quer dar uma resposta a Brasília. É como se Alagoas
dissesse em alto e bom som:
"Vocês do Sul do país, que retiraram do poder um alagoano e
um nordestino que para lá foi
conduzido por 35 milhões de
votos, nós aqui de Alagoas estamos mandando Fernando Collor de volta para ensinar algumas coisas a vocês'", disse ele
em seu último comício da campanha, em Coruripe (AL), na
noite de quinta-feira. Collor
nasceu no Rio de Janeiro.
Collor fez uma campanha
curta, sem dar entrevistas à imprensa. Usando um helicóptero, ele percorreu quase a totalidade dos 102 municípios alagoanos. Sem apoio declarado
de nomes estaduais fortes, Collor saiu em busca dos prefeitos.
O ex-presidente registrou
sua candidatura há cerca de um
mês, depois que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgou o
ex-governador Lessa inelegível. Lessa recorreu e manteve o
direito de disputar a eleição.
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