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DISTRITO FEDERAL
Chapa puro-sangue do PFL lidera com folga
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado José Roberto Arruda (PFL) deve ser eleito neste domingo o novo governador
do Distrito Federal, por folgada
margem de diferença contra
seus adversários. Trata-se do
congressista envolvido na violação do sigilo do painel do Senado em parceria com senador
Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA). Na ocasião, chorou e
jurou pelos filhos que nada tinha a ver com aquilo. Tinha.
Sua vitória amarga a candidatura da tucana Maria de
Lourdes Abadia, que assumiu o
governo com a saída de Joaquim Roriz (PMDB), que concorre ao Senado na liderança
das pesquisas. E destroniza o
PT da deputada distrital Arlete
Sampaio, partido que conseguia polarizar a disputa ao Palácio do Buriti antes da chegada
de Lula à Presidência.
Segundo pesquisas locais,
Lula e Geraldo Alckmin
(PSDB) empatam na preferência do eleitorado do Distrito
Federal. A mesma refrega não
se repete localmente.
A ausência do PT e do PSDB
na chapa puro sangue de Arruda com o senador Paulo Octavio, também do PFL na vice,
simboliza o início do rompimento entre tucanos e pefelistas. Na corrida ao Palácio do
Planalto, Alckmin tem o senador José Jorge (PFL) como
companheiro de chapa.
Ainda assim, a força dos partidos parece ter dado lugar ao
personalismo de Arruda, que
nos últimos quatro anos bateu
na sua imagem de representante das cidades de Brasília, e do
empresário Octavio, responsável por empreendimentos imobiliários para as classes média e
alta no Plano Piloto.
"Quando disputamos internamente a indicação do partido, tinha 26% e o Arruda 27%,
dependendo da pesquisa.
Quando nos unimos, levamos
os votos dos dois", afirmou Octavio, que nega afastamento
dos tucanos e prevê aliança
com o PSDB caso seja eleito vice-governador.
Em segundo lugar nas pesquisas, a governadora Abadia
não conseguiu herdar o capital
político de Roriz ou a adesão a
Alckmin da reta final. "A campanha em Brasília é dúbia, uma
base dividida. O PFL fazia parte
da base de apoio ao governador
Roriz, mas lançou a chapa puro-sangue e montamos a nossa", comentou à Folha.
Penitência
Arruda pouco se penitenciou
pela violação do painel do Senado -na qual teve acesso aos
votos pela cassação do então
senadores Luiz Estevão
(PMDB-DF). Admitiu ter cometido um "erro" na ocasião,
sem ir muito além. O assunto,
obviamente, virou mote dos adversários, que mostraram no
horário eleitoral cenas do pefelista chorando na tribuna e jurando por seus filhos que estava limpo naquela história cinco
dias antes de admitir a participação na irregularidade.
"Ele termina fazendo essa
operação de varejo para seduzir
as massas. Passou quatro anos
fazendo reuniões com pequenos grupos de pessoas para explicar que a violação do painel
não foi um erro tão grande assim. Não é ético, mas eficiente",
analisou Rafael Porto, pesquisador de marketing político da
Universidade de Brasília.
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