São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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BAHIA

Souto tem 51% dos votos válidos, diz Ibope

Se reeleito hoje, pefelista exercerá seu 3º mandato como governador e dará 20 anos de poder consecutivo ao partido no Estado

Carlismo não deve eleger senador, já que há dois favoritos à frente do PFL: um pedetista e um tucano, ambos ex-aliados de ACM


LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Contra o mesmo adversário de 2002 -o petista Jaques Wagner-, o governador Paulo Souto, 62, tem possibilidade de manter a hegemonia do PFL na Bahia já em primeiro turno. Segundo o Ibope divulgado ontem, Souto tem 51% dos votos válidos -excluídos os brancos e nulos. Wagner tem 41%, e os outros candidatos somam 8%.
Desde 1991, os quatro governadores do Estado são filiados ao PFL: Antonio Carlos Magalhães, César Borges e o próprio Paulo Souto (duas vezes).
"É verdade que o mesmo grupo dirige a Bahia há 16 anos, mas houve renovação administrativa. É por isso que os eleitores aprovam a nossa administração, é por isso que estou à frente nas pesquisas em todo o Estado", disse Souto.
A eventual vitória dele, que daria 20 anos de poder consecutivo ao PFL baiano, também traz mais um dividendo para o governador, político que nunca perdeu uma eleição: governar a Bahia três vezes, igualando a façanha de ACM. No entanto, Souto leva uma "vantagem" em relação ao senador -seus três mandatos, caso seja reeleito, seriam pelo voto direto. Por duas vezes, ACM governou a Bahia de forma biônica.
Derrotando Wagner, Souto atingiria também o mesmo patamar alcançado por Leonel Brizola, Miguel Arraes e Tasso Jereissati, que foram eleitos governadores por três vezes.
Ex-ministro do governo Lula, Jaques Wagner, 55, nunca ganhou uma eleição majoritária. Antes de ter sido derrotado por Souto em 2002, perdeu a Prefeitura de Camaçari (região metropolitana de Salvador), cidade onde começou a sua carreira como sindicalista.
Nos últimos quatro meses, o petista percorreu quase 300 cidades (das 417) e recorreu à popularidade do presidente Lula para conquistar votos. "As pesquisas demonstram um acentuado crescimento da minha candidatura. Estou convicto de que vou disputar o segundo turno porque os baianos já demonstraram que estão cansados do mesmo modelo político, que privilegia sempre um mesmo grupo", disse Wagner.

Senado
Mesmo com uma vitória de Souto, o carlismo pode sair da eleição com uma fratura -os dois favoritos ao Senado, o ex-governador João Durval Carneiro (PDT) e o ex-prefeito de Salvador Antonio Imbassahy (PSDB) estão à frente do senador Rodolpho Tourinho (PFL). Desde 1994, todos os senadores eram aliados de ACM.
Os dois favoritos são ex-carlistas. João Durval rompeu com ACM há mais de 20 anos. Imbassahy deixou o carlismo em 2005, após ter o nome vetado para a disputa ao Senado.


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