São Paulo, domingo, 02 de janeiro de 2011

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ANÁLISE

Até capota do Rolls Royce vira estrela em maratona na TV

KEILA JIMENEZ
COLUNISTA DA FOLHA

Nem retrospectivas nem melhores momentos. A ressaca da programação no primeiro dia do ano foi curada por uma boa canja de jornalismo ao vivo. Nada como uma grande cobertura para tirar da cama comentaristas, repórteres especiais e âncoras, que logo nas primeiras horas já se mostravam a postos na TV para a posse da presidente Dilma Rousseff.
Carlos Monforte, que comandou a cobertura da Globonews, sofreu para se comunicar com repórteres. Na Record, links e estúdio se atropelavam a toda hora .
Adriana Araújo, na Record, e Sandra Annenberg e Evaristo Costa, no "Jornal Hoje", da Globo, ancoraram as transmissões da Esplanada dos Ministérios.
E com espaço de sobra na transmissão, qualquer detalhe vira estrela. A da vez foi a capota do carro presidencial.
A previsão de chuva fez comentaristas explicarem com propriedade detalhes da capota que poderia estragar o desfile em carro aberto de Dilma. "Tomara que ela não seja usada", foi o mantra anti-capota ecoado , em vão.
Na Band, Ricardo Boechat lamentava a falta de camelôs: "Onde estão os vendedores de guarda-chuva e de água? Em algumas ocasiões, ambulantes são tão importantes quanto autoridades".
Alexandre Garcia e Heraldo Pereira explicavam particularidades meteorológicas de Brasília: "Em um lugar chove e, dois quilômetros adiante, faz sol".
Capota em ação e o momento de "tensão" da cobertura passa a ser a rampa do Planalto. Ela irá subir a rampa molhada? Sem chuva, Dilma foi até o palácio em carro aberto e sim, subiu a rampa.
A TV se esforçou em tornar a posse emocionante.Torceu pelas lágrimas de Dilma, que vieram só aos 36 minutos do primeiro discurso. Tentou disfarçar o ligeiro delay de câmeras e congelamento de imagens, mas não decepcionou em imagens aéreas.
Um debate ao estilo "Canal Livre" fez a diferença na longa transmissão da Band.
Com bons links de Brasília, a RedeTV! escorregou ao dividir a tela da posse com a de um jogo do Campeonato Inglês. Confusão total na cabeça do telespectador.
A Record bateu recorde em tempo de transmissão entre as redes abertas. Foram mais de seis horas ininterruptas no ar. A maratona rendeu apelo ao sentimentalismo, mas também boas sacadas, como a entrevista exclusiva, por telefone, com o ex-vice-presidente, José Alencar.


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