São Paulo, sábado, 02 de outubro de 2004

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AMBIÇÃO POLÍTICA

Prefeito do Rio, que tem chance de se reeleger no 1º turno, avalia que só não está 100% pronto por não falar inglês

Maia se diz 90% preparado para Presidência

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Entusiasmado com a perspectiva de se reeleger prefeito do Rio no primeiro turno, Cesar Maia (PFL) disse ontem que se sente 90% preparado para ser presidente da República. Só não é 100%, explicou, por não falar inglês.
A declaração de Maia foi dada no Palácio da Cidade (sede social da prefeitura), durante almoço com jornalistas que acompanharam sua campanha. Questionado se se sente preparado para exercer a Presidência, respondeu que sim.
"Claro. Não tem dúvida. Em comparação com outros quadros políticos do Brasil, eu me sinto 100% pronto? Diria 90%, porque não falo inglês, o que é importante. A diplomacia é pessoal, exige a interlocução pessoal. Isso é imprescindível", afirmou, acrescentando que não estuda inglês.
Maia é o favorito na disputa pela Prefeitura do Rio, indicam as pesquisas. Ele foi prefeito pela primeira vez de 1993 a 1996, quando conseguiu eleger o sucessor, Luiz Paulo Conde, por mais quatro anos. Em 2000, Maia voltou à prefeitura, derrotando Conde.
O prefeito pode se reeleger amanhã sem a necessidade do segundo turno. Seus principais oponentes são o senador Marcelo Crivella (PL) e, de novo, Conde (PMDB). Segundo o Ibope, Maia tem 45% das intenções, contra 15% de Crivella e 13% de Conde.
Embora tenha dito que não faz parte de seu projeto político concorrer à Presidência, Maia declarou que "o político não pode descartar rigorosamente nada".
"Não passa pela minha cabeça, não. Estou feliz com o que faço. Não tenho um projeto nesse sentido. Mas temos uma política volátil. Você não pode ter expectativas em relação a ser presidente, [embora] todo político queira ser presidente da República", disse.
Maia afirmou que pretende exercer o mandato de prefeito, caso seja eleito, até o final, em 2008. Depois, "seria uma honra" ocupar um ministério no governo "do presidente [Geraldo] Alckmin [hoje governador de São Paulo, pelo PSDB] ou do presidente [Tasso] Jereissati [senador pelo PSDB do Ceará]", referindo-se a dois possíveis candidatos tucanos à eleição presidencial de 2006. Maia defende uma aliança entre o PFL e o PSDB em 2006.
Para o segundo turno no Estado do Rio, Maia defendeu a formalização dos apoios que o PFL está dando aos candidatos do PT às Prefeituras de Nova Iguaçu (Lindberg Farias) e de Niterói (Godofredo Pinto).
"O processo foi muito mais de apoiamento. Que ele se torne mais orgânico. Não que o PFL queira alguma participação nos governos. Não quer nenhuma", afirmou o candidato.
Maia não gostou das declarações recentes do presidente nacional do PT, José Genoino, para quem não há aliança entre PFL e PT em Niterói e em Nova Iguaçu, apenas apoio.


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