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AMBIÇÃO POLÍTICA
Prefeito do Rio, que tem chance de se reeleger no 1º turno, avalia que só não está 100% pronto por não falar inglês
Maia se diz 90% preparado para Presidência
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Entusiasmado com a perspectiva de se reeleger prefeito do Rio
no primeiro turno, Cesar Maia
(PFL) disse ontem que se sente
90% preparado para ser presidente da República. Só não é 100%,
explicou, por não falar inglês.
A declaração de Maia foi dada
no Palácio da Cidade (sede social
da prefeitura), durante almoço
com jornalistas que acompanharam sua campanha. Questionado
se se sente preparado para exercer
a Presidência, respondeu que sim.
"Claro. Não tem dúvida. Em
comparação com outros quadros
políticos do Brasil, eu me sinto
100% pronto? Diria 90%, porque
não falo inglês, o que é importante. A diplomacia é pessoal, exige a
interlocução pessoal. Isso é imprescindível", afirmou, acrescentando que não estuda inglês.
Maia é o favorito na disputa pela
Prefeitura do Rio, indicam as pesquisas. Ele foi prefeito pela primeira vez de 1993 a 1996, quando
conseguiu eleger o sucessor, Luiz
Paulo Conde, por mais quatro
anos. Em 2000, Maia voltou à prefeitura, derrotando Conde.
O prefeito pode se reeleger amanhã sem a necessidade do segundo turno. Seus principais oponentes são o senador Marcelo Crivella
(PL) e, de novo, Conde (PMDB).
Segundo o Ibope, Maia tem 45%
das intenções, contra 15% de Crivella e 13% de Conde.
Embora tenha dito que não faz
parte de seu projeto político concorrer à Presidência, Maia declarou que "o político não pode descartar rigorosamente nada".
"Não passa pela minha cabeça,
não. Estou feliz com o que faço.
Não tenho um projeto nesse sentido. Mas temos uma política volátil. Você não pode ter expectativas em relação a ser presidente,
[embora] todo político queira ser
presidente da República", disse.
Maia afirmou que pretende
exercer o mandato de prefeito, caso seja eleito, até o final, em 2008.
Depois, "seria uma honra" ocupar um ministério no governo
"do presidente [Geraldo] Alckmin [hoje governador de São
Paulo, pelo PSDB] ou do presidente [Tasso] Jereissati [senador
pelo PSDB do Ceará]", referindo-se a dois possíveis candidatos tucanos à eleição presidencial de
2006. Maia defende uma aliança
entre o PFL e o PSDB em 2006.
Para o segundo turno no Estado
do Rio, Maia defendeu a formalização dos apoios que o PFL está
dando aos candidatos do PT às
Prefeituras de Nova Iguaçu (Lindberg Farias) e de Niterói (Godofredo Pinto).
"O processo foi muito mais de
apoiamento. Que ele se torne
mais orgânico. Não que o PFL
queira alguma participação nos
governos. Não quer nenhuma",
afirmou o candidato.
Maia não gostou das declarações recentes do presidente nacional do PT, José Genoino, para
quem não há aliança entre PFL e
PT em Niterói e em Nova Iguaçu,
apenas apoio.
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