São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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"Vamos ampliar apoios", afirma Alckmin

SILVIO NAVARRO
EM SÃO PAULO

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Após o anúncio feito pelo presidente do STF, ministro Marco Aurélio Mello, que confirmou o segundo turno na corrida presidencial, o tucano Geraldo Alckmin afirmou crer em suas chances de vitória no embate em que enfrentará o petista Luiz Inácio Lula da Silva. "Quero agradecer a todos os brasileiros. Vou para o segundo turno com grande possibilidade de ganhar a eleição. Vamos ampliar os apoios", disse Alckmin na porta de sua casa, à meia-noite de ontem.
Logo depois, o tucano foi recebido com grandes manifestações de apoio em um salão em Pinheiros (zona oeste de São Paulo) para a festa organizada pelo PSDB. O clima era de vitória. "O segundo turno já começou. Vou suar a camisa para ser digno de uma confiança ainda maior", disse Alckmin.
Durante o dia de ontem, o candidato correu contra o tempo ontem em busca de votos de última hora, colou nos tucanos Aécio Neves e José Serra e disse estar confiante de que a população daria uma resposta nas urnas à série de escândalos que assolaram o governo Lula.
O tucano disse que só tiraria "as sandálias quando chegasse à beira do rio" e que, depois de "suar a camisa nesse tempo todo", aguardaria o resultado do pleito em casa, com a família.
"Tudo indica que estamos no segundo turno, as nossas pesquisas já indicavam, mas vou até o final com as sandálias da humildade", disse, em entrevista logo após votar no colégio Santo Américo (zona sul).
Para conseguir acompanhar Serra e Aécio, o presidenciável tucano teve agenda apertada. Votou às 10h, acompanhado da mulher, Lu, dos filhos, Sofia e Geraldo, e da neta Isabella, 2. Na seqüência, seguiu ao encontro de Serra, na zona oeste.
Após rápida reunião na casa do ex-prefeito de São Paulo, na qual também participou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, os três foram para o colégio Santa Cruz, onde Serra votou. Por volta das 12h30, Alckmin tomou um helicóptero com assessores até o aeroporto e embarcou para Minas, onde acompanhou Aécio.
Antes de ir à capital mineira, alfinetou o presidente Lula: "A ética vai vencer a corrupção", disse, ironizando o slogan que elegeu o petista em 2002 ("A esperança venceu o medo").
Durante todo o dia, Alckmin esteve acompanhado somente de lideranças locais da campanha, como José Aníbal, Edson Aparecido e Walter Feldman. Nenhum integrante da coordenação nacional esteve em São Paulo ao longo do dia.
O tucano fez questão de minimizar as ausências. "Todo mundo apoiou, todo mundo ajudou, é que essa é uma campanha grande. Os deputados, senadores e governadores estão fazendo cada um a sua campanha, não é só eleição para presidente. Agora, no segundo turno, teremos uma eleição só."
Na capital paulista, o tucano ainda conseguiu reunir duas lideranças que protagonizaram as maiores turbulências em sua campanha, FHC e o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL). Apesar do visível desconforto, ambos apostaram no segundo turno. "Sou muito cético, mas agora estou confiante. O povo é mais sábio do que eu", disse Lembo, retificando seu prognóstico de que o presidente Lula se reelegeria já.
"Estou otimista, porque acho que o Brasil despertou, percebeu que está na hora de uma virada, Acho que nós vamos para o segundo turno com muita chance de vitória", disse FHC.
Alckmin retornou de MG às 17h e foi para seu apartamento. "São Paulo vai me levar para o segundo turno", sintetizou. Após a fala, ele só se pronunciou quando os resultados apontaram cenário concreto.
No início da apuração, a atenção dos tucanos desviou-se para dois Estados, Bahia e Rio Grande do Sul. No primeiro, o petista Jacques Wagner derrotou o governador Paulo Souto (PFL). No sul, Yeda Crusius (PSDB) conseguiu chegar ao segundo turno.


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