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"Vamos ampliar apoios", afirma Alckmin
SILVIO NAVARRO
EM SÃO PAULO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o anúncio feito pelo
presidente do STF, ministro
Marco Aurélio Mello, que confirmou o segundo turno na corrida presidencial, o tucano Geraldo Alckmin afirmou crer em
suas chances de vitória no embate em que enfrentará o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
"Quero agradecer a todos os
brasileiros. Vou para o segundo
turno com grande possibilidade de ganhar a eleição. Vamos
ampliar os apoios", disse Alckmin na porta de sua casa, à
meia-noite de ontem.
Logo depois, o tucano foi recebido com grandes manifestações de apoio em um salão em
Pinheiros (zona oeste de São
Paulo) para a festa organizada
pelo PSDB. O clima era de vitória. "O segundo turno já começou. Vou suar a camisa para ser
digno de uma confiança ainda
maior", disse Alckmin.
Durante o dia de ontem, o
candidato correu contra o tempo ontem em busca de votos de
última hora, colou nos tucanos
Aécio Neves e José Serra e disse
estar confiante de que a população daria uma resposta nas
urnas à série de escândalos que
assolaram o governo Lula.
O tucano disse que só tiraria
"as sandálias quando chegasse
à beira do rio" e que, depois de
"suar a camisa nesse tempo todo", aguardaria o resultado do
pleito em casa, com a família.
"Tudo indica que estamos no
segundo turno, as nossas pesquisas já indicavam, mas vou
até o final com as sandálias da
humildade", disse, em entrevista logo após votar no colégio
Santo Américo (zona sul).
Para conseguir acompanhar
Serra e Aécio, o presidenciável
tucano teve agenda apertada.
Votou às 10h, acompanhado da
mulher, Lu, dos filhos, Sofia e
Geraldo, e da neta Isabella, 2.
Na seqüência, seguiu ao encontro de Serra, na zona oeste.
Após rápida reunião na casa
do ex-prefeito de São Paulo, na
qual também participou o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, os três foram para o
colégio Santa Cruz, onde Serra
votou. Por volta das 12h30,
Alckmin tomou um helicóptero com assessores até o aeroporto e embarcou para Minas,
onde acompanhou Aécio.
Antes de ir à capital mineira,
alfinetou o presidente Lula: "A
ética vai vencer a corrupção",
disse, ironizando o slogan que
elegeu o petista em 2002 ("A
esperança venceu o medo").
Durante todo o dia, Alckmin
esteve acompanhado somente
de lideranças locais da campanha, como José Aníbal, Edson
Aparecido e Walter Feldman.
Nenhum integrante da coordenação nacional esteve em São
Paulo ao longo do dia.
O tucano fez questão de minimizar as ausências. "Todo
mundo apoiou, todo mundo
ajudou, é que essa é uma campanha grande. Os deputados,
senadores e governadores estão fazendo cada um a sua campanha, não é só eleição para
presidente. Agora, no segundo
turno, teremos uma eleição só."
Na capital paulista, o tucano
ainda conseguiu reunir duas lideranças que protagonizaram
as maiores turbulências em sua
campanha, FHC e o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL). Apesar do visível desconforto, ambos apostaram no
segundo turno. "Sou muito cético, mas agora estou confiante.
O povo é mais sábio do que eu",
disse Lembo, retificando seu
prognóstico de que o presidente Lula se reelegeria já.
"Estou otimista, porque acho
que o Brasil despertou, percebeu que está na hora de uma virada, Acho que nós vamos para
o segundo turno com muita
chance de vitória", disse FHC.
Alckmin retornou de MG às
17h e foi para seu apartamento.
"São Paulo vai me levar para o
segundo turno", sintetizou.
Após a fala, ele só se pronunciou quando os resultados
apontaram cenário concreto.
No início da apuração, a atenção dos tucanos desviou-se para dois Estados, Bahia e Rio
Grande do Sul. No primeiro, o
petista Jacques Wagner derrotou o governador Paulo Souto
(PFL). No sul, Yeda Crusius
(PSDB) conseguiu chegar ao
segundo turno.
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