São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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SENADO

Reeleito, Suplicy diz que vai corrigir o PT

Petista vence com com 47,8% dos votos válidos contra 43,7% de Afif, que já havia perdido a eleição para senador em 1990

Suplicy disse que a direção nacional do PT precisa se reunir para avaliar o que aconteceu e trabalhar para que tudo seja esclarecido


FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Eduardo Matarazzo Suplicy (PT), 65, senador desde 1990, foi reeleito ontem senador por São Paulo para seu terceiro mandato consecutivo. Assim, ocupará uma das três vagas de São Paulo no Senado até 2014.
Às 24h, com 99,7% das seções totalizadas, Suplicy tinha 8.965.532 votos (47,83% dos válidos), contra 8.189.456 votos de Afif Domingos (43,69%). Faltando apenas 74.596 votos para serem apurados, não havia mais possibilidade de reversão.
Feliz e bem humorado, Suplicy já falava como senador eleito quando foi votar ontem, às 8h30, no Colégio Madre Alix (zona oeste). "Sei que vou chegar ao Senado na próxima semana com uma força maior do que a que tinha." Em 1990, Suplicy foi eleito com 4.229.706 votos -30% dos votos válidos (derrotando, entre outros, o mesmo Afif Domingos). Em 1998, foi reeleito com 6.718.463 -43,07% dos votos válidos.
A crise que abalou o PT a partir das denúncias de mensalão e compra de dossiê para prejudicar candidatos do PSDB, não o deixa envergonhado: "Por onde ando, as pessoas me tratam com carinho e respeito. Dizem que querem que eu continue senador pelo PT. E vou continuar no partido", afirmou.
"Estou numa organização com cerca de 1 milhão de pessoas e algumas delas cometem erros. Tenho a responsabilidade de procurar corrigir os erros na família e na organização."
Suplicy disse que foi convidado a ir para o PSOL, mas que é a favor da fidelidade partidária. "Me sinto como participante dos anseios que me fizeram ser convidado a participar do PT."
Suplicy disse que a direção nacional da sigla tem a responsabilidade de se reunir para avaliar o que aconteceu dentro do PT e trabalhar para que "tudo venha a tona". "Por que pessoas da coordenação nacional e da campanha estadual do partido se envolveram em questões que afligiram e angustiaram o próprio presidente Lula e o senador Aloizio Mercadante?"
Suplicy não pegou fila para votar, mas demorou para eleger seus candidatos. Quando entrou na sala, derrubou documentos no chão. Em seguida, pediu, antes de votar, para sair da sala e ver a lista de candidatos a deputados. Deu a entender que não sabia os números.
À noite, em entrevista à TV Bandeirantes, o senador afirmou que recomendará ao presidente Lula que dê "um passo significativo a alguns temas" da reforma política, mas evitou citar o escândalo da compra do dossiê como fator que teria impedido uma vitória mais folgada na disputa pelo Senado.
Ele se limitou a defender o financiamento público de campanha para que "nunca mais haja recurso não contabilizado, como, infelizmente, apareceu nos últimos dias".


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