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SENADO
Reeleito, Suplicy diz que vai corrigir o PT
Petista vence com com 47,8% dos votos válidos contra 43,7% de Afif, que já havia perdido a eleição para senador em 1990
Suplicy disse que a direção nacional do PT precisa se reunir para avaliar o que
aconteceu e trabalhar para que tudo seja esclarecido
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Eduardo Matarazzo Suplicy
(PT), 65, senador desde 1990,
foi reeleito ontem senador por
São Paulo para seu terceiro
mandato consecutivo. Assim,
ocupará uma das três vagas de
São Paulo no Senado até 2014.
Às 24h, com 99,7% das seções totalizadas, Suplicy tinha
8.965.532 votos (47,83% dos
válidos), contra 8.189.456 votos
de Afif Domingos (43,69%).
Faltando apenas 74.596 votos
para serem apurados, não havia
mais possibilidade de reversão.
Feliz e bem humorado, Suplicy já falava como senador
eleito quando foi votar ontem,
às 8h30, no Colégio Madre Alix
(zona oeste). "Sei que vou chegar ao Senado na próxima semana com uma força maior do
que a que tinha." Em 1990, Suplicy foi eleito com 4.229.706
votos -30% dos votos válidos
(derrotando, entre outros, o
mesmo Afif Domingos). Em
1998, foi reeleito com 6.718.463
-43,07% dos votos válidos.
A crise que abalou o PT a partir das denúncias de mensalão e
compra de dossiê para prejudicar candidatos do PSDB, não o
deixa envergonhado: "Por onde
ando, as pessoas me tratam
com carinho e respeito. Dizem
que querem que eu continue
senador pelo PT. E vou continuar no partido", afirmou.
"Estou numa organização
com cerca de 1 milhão de pessoas e algumas delas cometem
erros. Tenho a responsabilidade de procurar corrigir os erros
na família e na organização."
Suplicy disse que foi convidado a ir para o PSOL, mas que é a
favor da fidelidade partidária.
"Me sinto como participante
dos anseios que me fizeram ser
convidado a participar do PT."
Suplicy disse que a direção
nacional da sigla tem a responsabilidade de se reunir para
avaliar o que aconteceu dentro
do PT e trabalhar para que "tudo venha a tona". "Por que pessoas da coordenação nacional e
da campanha estadual do partido se envolveram em questões
que afligiram e angustiaram o
próprio presidente Lula e o senador Aloizio Mercadante?"
Suplicy não pegou fila para
votar, mas demorou para eleger
seus candidatos. Quando entrou na sala, derrubou documentos no chão. Em seguida,
pediu, antes de votar, para sair
da sala e ver a lista de candidatos a deputados. Deu a entender que não sabia os números.
À noite, em entrevista à TV
Bandeirantes, o senador afirmou que recomendará ao presidente Lula que dê "um passo
significativo a alguns temas" da
reforma política, mas evitou citar o escândalo da compra do
dossiê como fator que teria impedido uma vitória mais folgada na disputa pelo Senado.
Ele se limitou a defender o financiamento público de campanha para que "nunca mais
haja recurso não contabilizado,
como, infelizmente, apareceu
nos últimos dias".
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