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ESTADOS/SÃO PAULO
Serra se alia a Alckmin por Presidência e contra Aécio
Acordo entre tucanos também quer tornar SP reduto de resistência a avanço do PT
Governador deve consultar seu antecessor para montar equipe e evitar que mineiro assuma comando do PSDB e seja candidato a presidente
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Eleito governador de São
Paulo, o tucano José Serra deverá compor com o candidato
do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, para pavimentar o
caminho ao Palácio do Planalto
em 2010 e combater a crescente influência do mineiro Aécio
Neves no comando do partido.
Segundo um aliado do ex-prefeito, Serra e Alckmin sabem que precisam se unir para garantir a permanência do controle do PSDB em São Paulo.
Entre tucanos, inclusive os
alckmistas, a expectativa é que
Serra consulte o ex-governador
sobre a montagem de sua equipe, acenando com uma proposta de aliança para evitar que o governador de Minas, Aécio
Neves, assuma o comando do
PSDB. A oferta de espaço a seus
indicados poderá sensibilizar
Alckmin. Mas a simpatia a um
acordo dependerá do mapa de
votação de Minas.
O fim da reeleição estará na
pauta da negociação, especialmente com Alckmin num segundo turno. Para o deputado Alberto Goldman, vice de Serra, depois do escândalo do dossiê, "a questão entra na ordem
do dia de qualquer forma".
Serra se comprometeria a
trabalhar pela eleição de Alckmin, contanto que este se comprometa com o fim da reeleição. Segundo o presidente estadual do PSDB, Sidney Beraldo,
"a possibilidade de conversa
sobre esse pacto é maior agora
do que antes". Sob o comando
de Serra, o Estado de São Paulo
deverá ser, mais do que nunca,
um território de resistência ao
avanço petista, caso Lula seja
reeleito. Serra deverá atuar como porta-voz da oposição.
Diferentemente de Alckmin
-que levantava a voz com mais
freqüência quando interesses
administrativos eram contrariados-, tucanos apostam na
participação ativa de Serra no
debate de questões nacionais.
"Como governador de São
Paulo, Serra vai falar de desenvolvimento do país", afirma o
líder do PSDB na Câmara, Jutahy Magalhães (BA).
Os serristas também duvidam da disposição de Serra para um pacto de governabilidade
em caso de vitória de Lula, especialmente depois do envolvimento de petistas na compra de munição contra o PSDB.
"Se reeleito, o presidente Lula não tem mais respeitabilidade para uma composição conosco", afirmou Goldman.
A resistência ao pacto seria
um contraponto a Aécio, outro
nome cogitado para a corrida
presidencial. Com bom trânsito no Planalto, Aécio é encarado como um adepto do acordo.
Já em seu programa de governo, Serra sinalizou com linha crítica a um segundo mandato de Lula. Tido como mais à
esquerda do que o programa de
Alckmin, o texto expressaria o
norte que quer dar ao partido.
Medindo forças com Aécio
Mas, do Palácio dos Bandeirantes ao Planalto, Serra deverá travar sua primeira batalha dentro do PSDB. Na disputa pelo comando do partido, seu poder de fogo dependerá do resultado de hoje, com a eleição de
deputados federais e estaduais.
Para manter um aliado na liderança do PSDB na Câmara,
Serra terá que superar Aécio,
em Minas. Daí, seu empenho
pessoal na eleição de parlamentares de sua confiança, até
fora do Estado. É o primeiro
passo na briga pela presidência
do PSDB no ano que vem.
Colaboraram JOSÉ ALBERTO BOMBIG , da Reportagem Local, e SILVIO NAVARRO , da Sucursal de Brasília
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