DA REDAÇÃO

Pouco antes de votar, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), afirmou que viu o "segundo turno estampado no rosto" de Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à Presidência da República. Ele disse estar certo de que a eleição não seria resolvida no primeiro turno. "Haverá no Estado grande votação contra a indignidade."
Lembo, porém, não esteve sempre certo disso. Em entrevista ao portal "Terra", em agosto, disse que Lula seria reeleito no primeiro turno, a não ser que acontecesse um episódio inusitado.
"Não tenho bola de cristal. Tenho um sentido de observação. Percebia que o partido do presidente da República a cada dia se mostrava mais fragilizado moralmente, e aconteceu o episódio inevitável do dossiê. Aí, mudou [a disputa eleitoral]."
Após resultados favoráveis a Alckmin divulgados no sábado, Lembo alterou sua agenda de domingo e acompanhou o voto do tucano. Só depois ele se dirigiu ao Dante Alighieri, tradicional colégio de São Paulo, onde votou por volta das 11h. Aos 71 anos -o voto só é obrigatório até os 70-, fez questão de comparecer. Votou, segundo disse, em Alckmin, Serra e no PFL.
A respeito da disputa pelo governo de São Paulo, foi sucinto: "Creio que São Paulo está decidido com muita segurança no primeiro turno [com vitória de Serra]".
Lembo também falou sobre o PCC e as contas do Estado. "Nunca tive essa preocupação [ataques do PCC]. A segurança pública está muito presente no Estado."
Sobre o "rombo" de R$ 1,2 bilhão nas contas do Estado, disse que São Paulo tem "situação financeira complexa" e que o próximo governador "vai receber um orçamento mais realístico".
Após a entrevista, Lembo seguiu à sala de votação, cercado por repórteres e despertando a curiosidade de eleitores. "Quem vai votar?", questionou um. "Cláudio Lembo, o governador", acudia outro eleitor.


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