São Paulo, segunda-feira, 02 de outubro de 2006

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MATO GROSSO DO SUL

Ex-prefeito de Campo Grande é eleito com 61% dos votos

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

André Puccinelli (PMDB), 58, ex-prefeito de Campo Grande, derrotou o senador Delcídio Amaral (PT), 51, e se elegeu governador de Mato Grosso do Sul. Puccinelli obteve 61,34% dos votos válidos (726.806 votos). Delcídio ficou com 38,04% (450.747). A disputa nas urnas foi polarizada entre os dois.
A vitória do peemedebista põe fim a oito anos de administração do PT em Mato Grosso do Sul. O governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, foi reeleito em 2002 e não disputou nenhum cargo nas eleições deste ano.
Após a divulgação do resultado, Puccinelli disse que seu maior desafio será conseguir com o governo federal a negociação da dívida de R$ 7 bilhões. Segundo o governador eleito, "esse valor é impagável". Puccinelli disse ainda que fará auditoria nas contas de Zeca, mas não será "uma caça às bruxas".
Na vaga para o Senado, a vice-prefeita de Campo Grande, Marisa Serrano (PSDB), foi eleita com 53,20% dos votos válidos (607.584). Novamente o PT foi derrotado.
O vice-governador petista Egon Krakhecke, candidato a senador, teve mais votos (456.363) do que Delcídio, mas ficou com 39,96%.
Puccinelli concentrou sua campanha na propaganda das obras realizadas em Campo Grande, quando ele foi prefeito, de 1997 a 2004. Já Delcídio seguiu a agenda de inauguração de obras do governador Zeca.
O senador ia às cidades onde havia inaugurações, fazia campanha, mas não participava dos eventos com Zeca evitando ferir a legislação eleitoral.
Ontem, antes de sair o resultado da votação, Delcídio reclamou que recebeu "um tratamento desigual" do Tribunal Regional Eleitoral. "A Justiça Eleitoral proibiu carreata. Tive que fazer carreata em carro fechado. Nunca vi isso. Você marca para fazer caminhada e proíbem também", disse o senador.
"Só as nossas reuniões tiveram problema em Campo Grande. As dos outros só faltaram ser transformadas em boates. Tinha telão, música, todo mundo discursou, tinha jantar, tinha tudo", afirmou Delcídio.
"Fiz uma representação para o TSE. Falei com Marco Aurélio Mello [presidente do TSE]", disse o senador.
O petista disse ainda ter reclamado com o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) da atuação da Polícia Federal.
O presidente do TRE de Mato Grosso do Sul, João Carlos Brandes Garcia, negou que tenha havido perseguição. Derrotado, o senador não compareceu ao TRE no fim da votação. "De nossa parte, podemos afirmar com segurança que de maneira alguma houve tratamento desigual", disse Garcia.
A PF informou que, em Campo Grande, houve 21 prisões por consumo de álcool, boca-de-urna, desacato e tentativa de compra de votos.


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