São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2007

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Consumidor ainda terá restrições no novo formato

Órgãos de defesa do consumidor recomendam cautela na compra de aparelhos

Procon vai fazer fiscalizações para avaliar as informações que estão sendo dadas aos clientes por fabricantes e por vendedores das lojas

DA REDAÇÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não é só a área geográfica que vai limitar o número de pessoas com acesso à TV digital aberta. Com a transmissão do sinal restrito à Grande São Paulo por enquanto, e com previsão de cobrir todo o Brasil apenas em 2013, o sucesso da novidade vai depender do investimento dos consumidores em novos aparelhos (pelo menos R$ 500), que podem não funcionar nas chamadas áreas de sombra. Diferentemente do sinal analógico, em que a recepção é possível mesmo com chuviscos e fantasmas, o digital pega ou não pega, sem meios-termos.
O representante de um dos fabricantes consultados pela Folha, que preferiu não se identificar, disse que não há vantagens em comprar logo uma TV com conversor embutido porque, quando a interatividade plena (envio de dados para a emissora) for possível, o televisor terá que ser novamente trocado para usufruir dessa interação, assim como os conversores, mas, pelo menos com esses, o "prejuízo" será menor.
Por todas essas limitações, os órgãos de defesa do consumidor aconselham os telespectadores a esperar um pouco mais para entrar no "mundo digital".
Para Luiz Fernando Moncau, advogado do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), "o melhor é esperar". Conforme orientação no site da entidade, "a ordem é não se afobar e não comprar aparelhos que prometem muito e, no fundo, pouco fazem".
A Fundação Procon-SP, ligada à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado, vai monitorar as vendas de conversores e televisores com o aparelho já embutido e fazer fiscalizações em breve para avaliar as informações que constam no manual de instruções, nas embalagens dos produtos e como os clientes estão sendo atendidos pelos vendedores das lojas.
Carlos Coscarelli, assessor-chefe da entidade, argumenta que é o consumidor quem deve decidir se a compra vale a pena, mas ele tem de estar bem informado para fazer essa escolha conscientemente. Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), disse que o órgão vai acompanhar se as restrições da TV digital estão sendo repassadas adequadamente ou se os fabricantes estão fazendo propaganda enganosa. Vale lembrar que, como o sinal analógico estará disponível até 2016, não é preciso ter pressa.
O custo alto de lançamento dos aparelhos vai determinar o público-alvo, que deve ser, em princípio, o aficionado por novas tecnologias. Para Eduardo Tude, presidente da Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, não se pode ter expectativa muito alta com a TV digital agora. "O importante é começar", afirma.
(TATIANA RESENDE e SIMONE CUNHA)

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