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Consumidor ainda terá restrições no novo formato
Órgãos de defesa do consumidor recomendam cautela na compra de aparelhos
Procon vai fazer fiscalizações
para avaliar as informações
que estão sendo dadas aos clientes por fabricantes e
por vendedores das lojas
DA REDAÇÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é só a área geográfica que
vai limitar o número de pessoas
com acesso à TV digital aberta.
Com a transmissão do sinal
restrito à Grande São Paulo por
enquanto, e com previsão de
cobrir todo o Brasil apenas em
2013, o sucesso da novidade vai
depender do investimento dos
consumidores em novos aparelhos (pelo menos R$ 500), que
podem não funcionar nas chamadas áreas de sombra. Diferentemente do sinal analógico,
em que a recepção é possível
mesmo com chuviscos e fantasmas, o digital pega ou não pega,
sem meios-termos.
O representante de um dos
fabricantes consultados pela
Folha, que preferiu não se
identificar, disse que não há
vantagens em comprar logo
uma TV com conversor embutido porque, quando a interatividade plena (envio de dados
para a emissora) for possível, o
televisor terá que ser novamente trocado para usufruir dessa
interação, assim como os conversores, mas, pelo menos com
esses, o "prejuízo" será menor.
Por todas essas limitações, os
órgãos de defesa do consumidor aconselham os telespectadores a esperar um pouco mais
para entrar no "mundo digital".
Para Luiz Fernando Moncau,
advogado do Idec (Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor), "o melhor é esperar".
Conforme orientação no site da
entidade, "a ordem é não se afobar e não comprar aparelhos
que prometem muito e, no fundo, pouco fazem".
A Fundação Procon-SP, ligada à Secretaria da Justiça e da
Defesa da Cidadania do Estado,
vai monitorar as vendas de conversores e televisores com o
aparelho já embutido e fazer
fiscalizações em breve para
avaliar as informações que
constam no manual de instruções, nas embalagens dos produtos e como os clientes estão
sendo atendidos pelos vendedores das lojas.
Carlos Coscarelli, assessor-chefe da entidade, argumenta
que é o consumidor quem deve
decidir se a compra vale a pena,
mas ele tem de estar bem informado para fazer essa escolha
conscientemente. Maria Inês
Dolci, coordenadora institucional da Pro Teste (Associação
Brasileira de Defesa do Consumidor), disse que o órgão vai
acompanhar se as restrições da
TV digital estão sendo repassadas adequadamente ou se os fabricantes estão fazendo propaganda enganosa. Vale lembrar
que, como o sinal analógico estará disponível até 2016, não é
preciso ter pressa.
O custo alto de lançamento
dos aparelhos vai determinar o
público-alvo, que deve ser, em
princípio, o aficionado por novas tecnologias. Para Eduardo
Tude, presidente da Teleco,
consultoria especializada em
telecomunicações, não se pode
ter expectativa muito alta com
a TV digital agora. "O importante é começar", afirma.
(TATIANA RESENDE e SIMONE CUNHA)
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