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Barulho, trânsito e violência incomodam
Moradores do Itaim e Vila Olímpia reclamam do
som produzido pelas diversas casas noturnas da
área. Aqueles que trafegam pelas avenidas Rebouças, Nove de Julho e Cidade Jardim sofrem
com o transtorno ocasionado pelas obras. E a
violência é o problema que afeta a todos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os distritos que abrangem a região
dos Jardins e o centro-sul são os mais
bem aparelhados da cidade, mas nem
por isso deixam de apresentar alguns
problemas.
As queixas dos habitantes dessa área
são semelhantes às de pessoas das outras partes de São Paulo: violência,
trânsito e buracos nas ruas. Mas eles
têm ainda um problema peculiar: a
poluição sonora causada pelo grande
número de bares e casas noturnas próximos à moradias. Na pesquisa do Datafolha, o item barulho/bagunça foi citado por 3% dos moradores dessa região como principal problema do
bairro em que moram. A média da cidade para essa resposta foi 1%, e em
muitas áreas o item nem foi lembrado.
A advogada Regina Helena Lopes,
50, mora na rua Júlio Diniz, na Vila
Olímpia, em frente a três casas noturnas. Regina diz que, todos os fins de
semana, perde o sono -literalmente- por conta dessas boates. "Uma
delas abre um teto retrátil às 2h da madrugada, e a música altíssima ecoa incomodando toda a vizinhança."
Alexandre Lordello, 36, analista de
sistemas, mora no Itaim e também
tem problemas com barulho à noite.
"Só passei a dormir tranqüilo depois
que coloquei vidro anti-ruído nas janelas do quarto."
Ambos citam também o trânsito como problema gerado pelas casas noturnas. "Tem morador que já demorou quase uma hora para chegar até a
garagem", afirma Regina.
O trânsito, a propósito, foi citado
por 6% dos entrevistados pelo Datafolha como principal problema da região. Isso porque os congestionamentos não são gerados só pelo movimento dos bares e das boates.
Durante o dia, quem circula na região também sofre com engarrafamentos -o que é comprovado estatisticamente quando se destaca que,
apesar de 60% das pessoas que moram na área trabalharem na mesma
região, o tempo gasto no trânsito é alto: de uma a duas horas por dia, segundo 25% do entrevistados.
Obras em realização nas principais
vias da área estão, segundo os moradores ouvidos, atrapalhando ainda
mais o tráfego. Uma dessas obras é na
avenida Nove de Julho, onde a prefeitura está construindo corredores de
ônibus. Também estão interditados
desde o início do ano trechos das avenidas Rebouças e Faria Lima para a
construção de túneis.
O empresário Fábio Martinelli, 34,
que mora no distrito dos Jardins há 30
anos, afirma que a obra da Nove de Julho piorou o trânsito na região. "Além
das reformas, há os buracos, que também atrapalham o tráfego local. Alguns comemoram até aniversário, de
tanto tempo que estão no mesmo lugar." Os buracos foram lembrados
por 7% dos entrevistados, que classificaram a deficiência no calçamento como principal problema do bairro em
que moram.
A violência, assim como em todas as
regiões da cidade, é a maior preocupação da maioria dos habitantes da região Jardins/centro-sul (20%).
"Arrastão"
A natureza dos crimes dessa área é
diferenciada. Além do furto -que, segundo o 78º Distrito Policial, é o delito
mais registrado na região- e do assalto nos faróis -segundo o Conseg
(Conselho de Segurança) do Itaim, o
que mais assusta os moradores do distrito-, um tipo de crime próprio do
Jardins/centro-sul é o chamado "arrastão" em prédios de luxo.
Em fevereiro deste ano, um prédio
de alto padrão na Vila Mariana foi invadido e, dos 18 apartamentos, seis foram roubados. Em outubro do ano
passado, um bando foi preso nos Jardins depois de levar jóias e dinheiro
dos moradores de um prédio de luxo.
Segundo a polícia, o grupo era responsável por outros 12 assaltos da mesma
natureza ocorridos nesses distritos.
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