São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Guerra Fria

Rivais trocam farpas leves na abertura do 2º turno

No reinício da campanha, Lula pede a Deus para desvendar "mistério do dossiê" e admite "tiro no pé" ; tucano volta a abordar a ética e diz que petista deixou passar sua chance

OS ADVERSÁRIOS na corrida à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) abriram o segundo turno da campanha eleitoral em um clima de guerra fria. Alckmin atacou sem muita ênfase o lado ético do PT, dando o tom do que deve ser a sua campanha. "Sob o ponto de vista ético, Lula poderia ter dado o exemplo e infelizmente não foi o que vimos.
Lula teve sua chance e deixou passar", afirmou o tucano em entrevista coletiva em São Paulo. Antes, ele havia citado o bordão "diga-me com quem andas e te tirei quem és" para falar sobre o governo do PT. Em Brasília, Lula afirmou também em entrevista que "faltou voto" no primeiro turno, mas que "não vai faltar no segundo". O presidente foi questionado sobre o dossiê contra os tucanos, apontado com um dos principais motivos para não ter ganho a eleição no domingo.
"Fico pedindo a Deus para que não me aconteça nada até desvendar esse mistério. Não é apenas a questão do dinheiro e de onde veio o dinheiro. Eu quero saber quem arquitetou essa obra de engenharia para atirar no próprio pé", afirmou. Com a votação concluída, Lula terminou com 48,61% dos votos válidos, e Alckmin, com 41,64% (diferença de 6,97 pontos percentuais). O tucano saiu na frente na contabilização de apoios que deve receber dos primeiros colocados nas 27 eleições de governadores. Ele tem o respaldo de 14 primeiros colocados em Estados que concentram 62% dos eleitores, contra 13 de Lula (38%). Como resultado da votação, a nova Câmara dos Deputados, que toma posse em fevereiro, terá uma renovação de 46% em relação à atual. O PMDB teve o melhor desempenho, passando de 78 para 89 deputados. O PT, hoje com 81 vagas, elegeu uma bancada de 83. Os principais partidos de oposição hoje, PSDB e PFL, terão 65 vagas cada um. Antes da eleição de domingo, os tucanos tinham 59 parlamentares e os pefelistas, 64.


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