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Eleições 2006 - Presidência
Lula deixou passar sua chance, diz Alckmin
Tucano afirma que aposta na alta rejeição do petista para ganhar as eleições e que é óbvio o apoio de Serra e Aécio na campanha
Estratégia do candidato é mostrar que o presidente está mal acompanhado: "Diga-me com quem andas que te direi quem és", disse
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Deixando claro que investirá
na estratégia de que o adversário é mal acompanhado, o candidato do PSDB à Presidência,
Geraldo Alckmin, afirmou ontem que [o presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva] teve sua
chance e deixou passar".
"Sob o ponto de vista ético,
Lula poderia ter dado o exemplo e infelizmente não foi o que
vimos", disse Alckmin. Segundo tucanos, o presidenciável
não descarta usar na campanha
imagens do dinheiro apreendido com petistas para a compra
de um dossiê contra José Serra.
Ontem Alckmin também disse que é óbvia a participação
dos tucanos Serra e Aécio Neves em sua campanha. Segundo
ele, os recém-eleitos governadores viajarão pelo país para
defender sua candidatura.
O tucano afirma apostar na
alta rejeição de Lula para garantir sua vitória no dia 29. "No
segundo turno, o que pesa muito é a rejeição e minha rejeição
é a menor", alegou Alckmin.
E recorreu espontaneamente ao "diga-me com quem andas
que te direi quem és" na primeira entrevista coletiva após a
eleição. "Temos que ver o time,
ninguém governa sozinho".
Embora afirme que fará uma
campanha para confrontação
de propostas, Alckmin deixa
evidente que a ética estará na
pauta do embate. "A sociedade
brasileira está esperando as
respostas. De quem é o dinheiro, de quem é dólar, quem é dono das contas e como entrou no
país. O povo brasileiro quer as
respostas que ainda não foram
dadas", insistiu, atribuindo como fator determinante para
sua chegada ao segundo turno
não só descoberta de envolvimento de petistas para a compra do dossiê mas a "uma seqüência de escândalos".
Alckmin se dedicou ontem à
análise do mapa eleitoral do
país para traçar sua agenda para o segundo turno, que deverá
se concentrar em Minas e no
Rio de Janeiro, onde haveria
potencial de crescimento.
Uma das preocupações é garantir capilaridade à campanha, já que não contará com a
mesma estrutura oferecida pelos candidatos no primeiro turno. Alckmin informou ao comando da campanha que não
pretende gastar mais de R$ 20
milhões no segundo turno, decepcionando os tucanos que
defendiam a contratação de um
exército pelo país.
O tucano telefonou ontem
para o candidato do PDT derrotado para a Presidência, Cristovam Buarque. "Conversas têm
de ser partidárias. Os presidentes do PSDB, PFL e do PPS já
estão conversando com os presidentes dos demais partidos."
Alckmin também conversou
com Aécio. Minas, disse, será
uma das apostas da campanha.
Ontem à noite, ele reuniu o
comando de sua campanha em
Brasília para traçar um plano
de intervenção nos três Estados considerados pontos críticos da campanha: Maranhão,
Pernambuco e Bahia.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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