São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Eleições 2006 - Presidência

Lula deixou passar sua chance, diz Alckmin

Tucano afirma que aposta na alta rejeição do petista para ganhar as eleições e que é óbvio o apoio de Serra e Aécio na campanha

Estratégia do candidato é mostrar que o presidente está mal acompanhado: "Diga-me com quem andas que te direi quem és", disse

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Deixando claro que investirá na estratégia de que o adversário é mal acompanhado, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, afirmou ontem que [o presidente Luiz Inácio] Lula [da Silva] teve sua chance e deixou passar".
"Sob o ponto de vista ético, Lula poderia ter dado o exemplo e infelizmente não foi o que vimos", disse Alckmin. Segundo tucanos, o presidenciável não descarta usar na campanha imagens do dinheiro apreendido com petistas para a compra de um dossiê contra José Serra.
Ontem Alckmin também disse que é óbvia a participação dos tucanos Serra e Aécio Neves em sua campanha. Segundo ele, os recém-eleitos governadores viajarão pelo país para defender sua candidatura.
O tucano afirma apostar na alta rejeição de Lula para garantir sua vitória no dia 29. "No segundo turno, o que pesa muito é a rejeição e minha rejeição é a menor", alegou Alckmin.
E recorreu espontaneamente ao "diga-me com quem andas que te direi quem és" na primeira entrevista coletiva após a eleição. "Temos que ver o time, ninguém governa sozinho".
Embora afirme que fará uma campanha para confrontação de propostas, Alckmin deixa evidente que a ética estará na pauta do embate. "A sociedade brasileira está esperando as respostas. De quem é o dinheiro, de quem é dólar, quem é dono das contas e como entrou no país. O povo brasileiro quer as respostas que ainda não foram dadas", insistiu, atribuindo como fator determinante para sua chegada ao segundo turno não só descoberta de envolvimento de petistas para a compra do dossiê mas a "uma seqüência de escândalos".
Alckmin se dedicou ontem à análise do mapa eleitoral do país para traçar sua agenda para o segundo turno, que deverá se concentrar em Minas e no Rio de Janeiro, onde haveria potencial de crescimento.
Uma das preocupações é garantir capilaridade à campanha, já que não contará com a mesma estrutura oferecida pelos candidatos no primeiro turno. Alckmin informou ao comando da campanha que não pretende gastar mais de R$ 20 milhões no segundo turno, decepcionando os tucanos que defendiam a contratação de um exército pelo país.
O tucano telefonou ontem para o candidato do PDT derrotado para a Presidência, Cristovam Buarque. "Conversas têm de ser partidárias. Os presidentes do PSDB, PFL e do PPS já estão conversando com os presidentes dos demais partidos."
Alckmin também conversou com Aécio. Minas, disse, será uma das apostas da campanha.
Ontem à noite, ele reuniu o comando de sua campanha em Brasília para traçar um plano de intervenção nos três Estados considerados pontos críticos da campanha: Maranhão, Pernambuco e Bahia.


Colaborou a Sucursal de Brasília


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