São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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PMDB vence na Câmara e perde força no Senado

Nos Estados desempenho foi aquém do esperado DA REPORTAGEM LOCAL

O PMDB, que prometia ser a grande força política do Congresso, conseguiu eleger a maior bancada da Câmara (89 deputados), mas teve um desempenho aquém do esperado no Senado, onde terá 18 cadeiras (contra 22 atualmente). Nos Estados, elegeu quatro governadores e disputa o segundo turno em seis, mas apostava na eleição de 15 governadores.
Saiu fortalecido grande parte do PMDB governista. O presidente do Senado, Renan Calheiros, ajudou a eleger o tucano Teotônio Vilela governador de Alagoas, em primeiro turno, apesar de aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
José Sarney, apesar do sufoco, mantém a cadeira no Senado. O deputado Jader Barbalho, que foi do conselho político de Lula, reelegeu-se com a maior votação do Pará. O PMDB que não vota em Lula tirou o PT do poder no Mato Grosso do Sul, após oito anos.
Para Antônio Augusto de Queiroz, analista politico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, o PMDB será a principal preocupação dos candidatos a presidente. "O PMDB vai ser governo, seja quem for o presidente. E vai vender caro o apoio."
Bombardeado pela onda de denúncias de corrupção, o PT sobreviveu à avalanche política e conseguiu eleger a segunda maior bancada da Câmara (83 parlamentares), incluindo dois envolvidos com a crise do mensalão, José Genoino e João Paulo Cunha, que teve a maior votação do PT em SP. Já o ex-líder do governo Professor Luizinho não se reelegeu.
A pequena diferença entre Lula e Alckmin no primeiro turno quase ofuscou a vitória surpreendente do ex-ministro Jaques Wagner, eleito em primeiro turno na Bahia.
O partido enfrentou dificuldades em SP, onde até o senador Eduardo Suplicy teve de suar para conseguir a reeleição, mas a maior decepção petista foi no Rio Grande do Sul.
O petista Humberto Costa, já desgastado pelas denúncias dos sanguessugas, agora é carta fora do baralho em Pernambuco. No segundo turno o PT concentrará esforços na eleição de Eduardo Campos (PSB).
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, considera que houve um resultado equilibrado: elegeram-se parlamentares históricos e novas lideranças. Mas admitiu: "Ficou um pouco abaixo das expectativas, por conta dos últimos 10 dias", disse, em alusão à crise do dossiê.
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati, perdeu poder político no Ceará, mas mantém a força política pela ida de Geraldo Alckmin ao segundo turno. Entre os tucanos, as principais lideranças no xadrez político são José Serra e Aécio Neves, eleitos governadores de São Paulo e Minas Gerais, respectivamente, os dois maiores colégios eleitorais do país. Ganha também Yeda Crusius, que disputará o segundo turno no RS.

PFL e PSB
No PFL, a principal força política derrotada foi o senador Antonio Carlos Magalhães. O governador Paulo Souto nem sequer foi para o segundo turno. O presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), disse que no Nordeste o "fator Lula" foi prejudicial. "Os resultados na Bahia e Pernambuco nos trouxeram diminuição na bancada [desses Estados]", disse. Foram 65 eleitos, contra 84 em 2002. No Senado, no entanto, o PFL será a maior bancada.
Já no PSB, o grande vitorioso é Ciro Gomes (PSB). Além da maior votação proporcional para deputado federal, colocou no governo do Ceará o irmão, Cid Gomes.
(MD, FL E MARCELO BILLI)


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