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PMDB vence na Câmara e perde força no Senado
Nos Estados desempenho foi aquém do esperado
DA REPORTAGEM LOCAL
O PMDB, que prometia ser a
grande força política do Congresso, conseguiu eleger a
maior bancada da Câmara (89
deputados), mas teve um desempenho aquém do esperado
no Senado, onde terá 18 cadeiras (contra 22 atualmente).
Nos Estados, elegeu quatro governadores e disputa o segundo
turno em seis, mas apostava na
eleição de 15 governadores.
Saiu fortalecido grande parte
do PMDB governista. O presidente do Senado, Renan Calheiros, ajudou a eleger o tucano Teotônio Vilela governador
de Alagoas, em primeiro turno,
apesar de aliado do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
José Sarney, apesar do sufoco, mantém a cadeira no Senado. O deputado Jader Barbalho,
que foi do conselho político de
Lula, reelegeu-se com a maior
votação do Pará. O PMDB que
não vota em Lula tirou o PT do
poder no Mato Grosso do Sul,
após oito anos.
Para Antônio Augusto de
Queiroz, analista politico do
Departamento Intersindical de
Assessoria Parlamentar, o
PMDB será a principal preocupação dos candidatos a presidente. "O PMDB vai ser governo, seja quem for o presidente.
E vai vender caro o apoio."
Bombardeado pela onda de
denúncias de corrupção, o PT
sobreviveu à avalanche política
e conseguiu eleger a segunda
maior bancada da Câmara (83
parlamentares), incluindo dois
envolvidos com a crise do mensalão, José Genoino e João
Paulo Cunha, que teve a maior
votação do PT em SP. Já o ex-líder do governo Professor Luizinho não se reelegeu.
A pequena diferença entre
Lula e Alckmin no primeiro
turno quase ofuscou a vitória
surpreendente do ex-ministro
Jaques Wagner, eleito em primeiro turno na Bahia.
O partido enfrentou dificuldades em SP, onde até o senador Eduardo Suplicy teve de
suar para conseguir a reeleição,
mas a maior decepção petista
foi no Rio Grande do Sul.
O petista Humberto Costa, já
desgastado pelas denúncias dos
sanguessugas, agora é carta fora do baralho em Pernambuco.
No segundo turno o PT concentrará esforços na eleição de
Eduardo Campos (PSB).
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini, considera que houve
um resultado equilibrado: elegeram-se parlamentares históricos e novas lideranças. Mas
admitiu: "Ficou um pouco abaixo das expectativas, por conta
dos últimos 10 dias", disse, em
alusão à crise do dossiê.
O presidente do PSDB, Tasso
Jereissati, perdeu poder político no Ceará, mas mantém a força política pela ida de Geraldo
Alckmin ao segundo turno. Entre os tucanos, as principais lideranças no xadrez político são
José Serra e Aécio Neves, eleitos governadores de São Paulo
e Minas Gerais, respectivamente, os dois maiores colégios
eleitorais do país. Ganha também Yeda Crusius, que disputará o segundo turno no RS.
PFL e PSB
No PFL, a principal força política derrotada foi o senador
Antonio Carlos Magalhães. O
governador Paulo Souto nem
sequer foi para o segundo turno. O presidente do PFL, Jorge
Bornhausen (SC), disse que no
Nordeste o "fator Lula" foi prejudicial. "Os resultados na Bahia e Pernambuco nos trouxeram diminuição na bancada
[desses Estados]", disse. Foram
65 eleitos, contra 84 em 2002.
No Senado, no entanto, o PFL
será a maior bancada.
Já no PSB, o grande vitorioso
é Ciro Gomes (PSB). Além da
maior votação proporcional
para deputado federal, colocou
no governo do Ceará o irmão,
Cid Gomes.
(MD, FL E MARCELO BILLI)
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