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Eleitor só reelege 5 sanguessugas, mas deixa fora presidente da CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas foram praticamente varridos da Câmara pelo voto popular. Dos 69 listados pela CPI
dos Sanguessugas, apenas 5
conseguiram se reeleger.
Entre esses, destaque para
Pedro Henry (PP-MT), acusado tanto de envolvimento com
os sanguessugas quanto com o
mensalão. Ele foi o sexto mais
votado do seu Estado, obtendo
o apoio de 73.312 eleitores.
A "punição" aos acusados
não teve o efeito contrário de
beneficiar os acusadores. O
presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), obteve
55.909 votos, mas não conseguiu se reeleger. O relator da
comissão, o senador Amir Lando (PMDB), ficou em quarto lugar na disputa pelo governo de
Rondônia.
Ao todo, 47 acusados pela
máfia dos sanguessugas disputaram a eleição (veja quadro ao
lado). Além dos 5 que conseguiram se eleger à Câmara, Carlos
Dunga (PTB-PB) é suplente do
senador eleito Cícero Lucena
(PSDB-PB). Lucena foi o responsável pela derrota do único
senador acusado pela máfia dos
sanguessugas que disputou a
reeleição, Ney Suassuna
(PMDB-PB).
Os dois integrantes da Mesa
da Câmara acusados de envolvimento com o esquema, João
Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO), também não
foram reeleitos.
Outros dois acusados que
tentaram a alternativa de se
candidatar às Assembléias Legislativas de seus Estados também não tiveram sucesso. César Bandeira (PFL-MA), que
teria recebido R$ 20 mil do esquema, obteve 8.304 e ficou em
uma longínqua 86ª posição.
Robério Nunes (PFL-BA),
acusado de receber R$ 25 mil,
também não conseguiu se eleger deputado estadual.
Como 67 deputados sofrem
processo de cassação na Câmara devido ao suposto envolvimento no esquema, ocorrerá
agora o seguinte: os processos
que não forem concluídos até o
final de dezembro, quando o
Congresso entra em recesso,
serão arquivados em relação
aos deputados não reeleitos.
Contra os cinco que permanecem na Câmara, o processo será retomado em fevereiro.
Pelo menos um novo acusado de envolvimento com o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas fez o caminho oposto. José Airton (PT),
que segundo a família Vedoin
teria intermediado o esquema
de corrupção no Ministério da
Saúde na gestão de Humberto
Costa, se elegeu pelo Ceará.
(RANIER BRAGON E GUSTAVO PATU)
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