São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Eleitor só reelege 5 sanguessugas, mas deixa fora presidente da CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas foram praticamente varridos da Câmara pelo voto popular. Dos 69 listados pela CPI dos Sanguessugas, apenas 5 conseguiram se reeleger.
Entre esses, destaque para Pedro Henry (PP-MT), acusado tanto de envolvimento com os sanguessugas quanto com o mensalão. Ele foi o sexto mais votado do seu Estado, obtendo o apoio de 73.312 eleitores.
A "punição" aos acusados não teve o efeito contrário de beneficiar os acusadores. O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), obteve 55.909 votos, mas não conseguiu se reeleger. O relator da comissão, o senador Amir Lando (PMDB), ficou em quarto lugar na disputa pelo governo de Rondônia.
Ao todo, 47 acusados pela máfia dos sanguessugas disputaram a eleição (veja quadro ao lado). Além dos 5 que conseguiram se eleger à Câmara, Carlos Dunga (PTB-PB) é suplente do senador eleito Cícero Lucena (PSDB-PB). Lucena foi o responsável pela derrota do único senador acusado pela máfia dos sanguessugas que disputou a reeleição, Ney Suassuna (PMDB-PB).
Os dois integrantes da Mesa da Câmara acusados de envolvimento com o esquema, João Caldas (PL-AL) e Nilton Capixaba (PTB-RO), também não foram reeleitos.
Outros dois acusados que tentaram a alternativa de se candidatar às Assembléias Legislativas de seus Estados também não tiveram sucesso. César Bandeira (PFL-MA), que teria recebido R$ 20 mil do esquema, obteve 8.304 e ficou em uma longínqua 86ª posição.
Robério Nunes (PFL-BA), acusado de receber R$ 25 mil, também não conseguiu se eleger deputado estadual.
Como 67 deputados sofrem processo de cassação na Câmara devido ao suposto envolvimento no esquema, ocorrerá agora o seguinte: os processos que não forem concluídos até o final de dezembro, quando o Congresso entra em recesso, serão arquivados em relação aos deputados não reeleitos. Contra os cinco que permanecem na Câmara, o processo será retomado em fevereiro.
Pelo menos um novo acusado de envolvimento com o esquema de venda de ambulâncias superfaturadas fez o caminho oposto. José Airton (PT), que segundo a família Vedoin teria intermediado o esquema de corrupção no Ministério da Saúde na gestão de Humberto Costa, se elegeu pelo Ceará. (RANIER BRAGON E GUSTAVO PATU)

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