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Dilma torce, chora e afirma que irá controlar gastos
Ministra assiste à votação no Copacabana Palace e diz que vitória "por goleada" mostra a liderança do presidente Lula
Estrutura de fiscalização
dos Jogos comandada pela Controladoria-Geral da União e "PAC Olímpico" estão nos planos do governo
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
Assim que o Rio foi anunciado como sede da Olimpíada de
2016, a ministra Dilma Rousseff, olhos marejados, foi levantada pelos quadris e, embora
pouco confortável em ombros
das autoridades, ergueu um
braço em celebração.
Estava em um salão do hotel
Copacabana Palace, do outro
lado da avenida Atlântica, e a
cerca de 100 m da festa popular.
Enxugou uma lágrima e largou, enfim, a pequena imagem
do Cristo Redentor no cordão
que recebeu ontem.
Vestia camiseta verde e amarela, com a frase "I love Rio".
Antes, cruzou os braços, segurou e mordeu o colar de pérolas, bateu palmas ao ritmo de
"Cidade Maravilhosa", deu as
mãos a amigos recém-feitos e
protestou pela demora. "Estão
querendo matar a gente, né?"
A vitória fez a ministra dizer,
ufanista, que "seremos uma
grande potência internacional". "Chegou a nossa vez. Chegou a vez do Brasil!"
Ela disse que ouvira de Lula
por telefone, de manhã: "Esta é
nossa". Ao saber o placar final
contra Madri, Dilma afirmou
que a vitória foi por goleada.
Para a ministra, "vamos fazer
a melhor Olimpíada de todos os
tempos". "O Brasil tem outras
fontes de financiamento [além
do BNDES], e vamos usar todas. O governo federal não vai
faltar, vamos usar todos os recursos que o Brasil tem, e temos muitos", afirmou Dilma.
Mais cedo, ao ver o diretor de
Inclusão Social e de Crédito do
BNDES, Élvio Gaspar, nem lhe
deu bom-dia: "Prepare-se que
você vai ter muito trabalho!".
Dilma prometeu criar estrutura especial de fiscalização dos
gastos dos Jogos comandada
pela Controladoria-Geral da
União. "É um ponto com que
vamos ter de nos preocupar
muito. Quanto mais transparência, mais eficaz o gasto e a
garantia de que resulte em
obras, estádios e melhora na infraestrutura, nos aeroportos.
Essa transparência é crucial."
Dilma riu ao ser indagada se
a vitória sobre a Chicago de Barack Obama demonstra que
Lula "é o cara", como havia dito
o presidente dos EUA.
"A gente não pode ser tão soberbo. Mas é o reconhecimento
da liderança do presidente.
Não podemos esquecer que Lula é o cara", afirmou ela.
Perguntada se haverá um
"PAC Olímpico", disse que era
uma boa ideia e que a acataria.
Pré-candidata de Lula, esquivou-se de falar como possível presidente à época dos Jogos. "Tenho certeza de que Lula terá continuidade na figura
de um representante da base
na próxima eleição".
Mais cedo, vestindo camiseta
com a frase "É a Vez do Rio", no
Complexo do Alemão, a ministra dissera que as pesquisas refletem a oscilação do momento" e "são retrato do momento,
para o bem ou para o mal".
Dilma visitou obras do PAC
no Complexo do Alemão e esteve em duas futuras estações do
teleférico e na construção de
conjunto residencial.
Colaborou SERGIO TORRES , da Sucursal do Rio
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