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ELEIÇÕES 2004 / SÃO PAULO
Presidente não tem encontro com Marta Suplicy em São Paulo
Para petista, Marta "merecia" ganhar eleição no primeiro turno
Lula afirma que "convive com o resultado"
JULIA DUAILIBI
EM SÃO PAULO
Em uma demonstração do
comportamento que deverá ter
no segundo turno das eleição municipal, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva maneirou ontem o
discurso e foi comedido ao tecer
comentários sobre a situação de
candidatos do seu partido, o PT.
"O povo brasileiro vai saber escolher o melhor. Eu convivo com
o resultado", disse Lula, logo após
deixar a cabine de votação da escola João Firmino Correia de
Araújo, em São Bernardo do
Campo, na Grande São Paulo.
Com o segundo turno entre a
prefeita paulistana Marta Suplicy
(PT) e José Serra (PSDB) praticamente certo, Lula tentou demonstrar imparcialidade: "Quem ganhar vai ter o apoio do presidente". Pouco antes, havia reiterado o
fato de não "poder" se envolver
diretamente no pleito de outubro.
"Eu não posso fazer campanha,
mas a eleição no Brasil vai ser uma
boa campanha", declarou.
Antes de chegar ao local de votação, Lula fez comentários sobre
a situação da prefeita para petistas
que tomaram café da manhã em
sua casa. Na avaliação do presidente, pela gestão feita pela prefeita na cidade de São Paulo, Marta Suplicy "merecia" ganhar a
eleição já no primeiro turno.
Para preservar sua imagem e
evitar novas polêmicas, Lula foi
aconselhado por assessores a voltar para Brasília assim que votasse. O objetivo era evitar que o presidente passasse por situações que
poderiam dar margem a gafes.
Desde o episódio em que pediu
votos para a prefeita Marta Suplicy, há quinze dias, na inauguração da ampliação da Radial Leste,
o presidente tem sido criticado
por adversários e acusado de violentar a Lei Eleitoral. O cuidado
dos assessores com o que foi considerado um excesso tem um motivo: a declaração de apoio a Marta foi fruto de improvisação,
quando Lula deixou de lado o discurso que lia na inauguração.
Mensagem para Marta
No segundo turno, Lula deverá
ser mais discreto e evitar comentários que possam levantar polêmica quanto a sua participação
no processo eleitoral.
A saída será a gravação de mensagens de apoio aos candidatos do
PT que disputarão o segundo turno. O presidente pretende gravar
nos próximos dias uma participação no programa de TV de Marta
da nova etapa da campanha.
Nele, Lula deverá declarar apoio
à prefeita e destacar, como tem
ocorrido na campanha da petista,
a importância da parceria entre o
município e o governo federal.
Sem demoras
A aparição do presidente no dia
da eleição foi breve. Não demorou
mais de meia hora entre a saída de
seu apartamento, em São Bernardo, até a ida para um heliponto,
de onde partiu para o aeroporto
de Congonhas. O presidente
acompanhou o desenrolar da eleição do Palácio da Alvorada.
Acompanhado da primeira-dama, Marisa Letícia, Lula chegou
ao lugar de votação por volta das
8h20. No local, onde votam mais
de 8.000 pessoas, foi armado um
forte esquema de segurança, com
raio-x nas entradas e bloqueio dos
corredores da escola, o que gerou
protestos entre os eleitores.
O presidente estava bem-humorado. Foi o quarto a votar na
sala nš 16 da escola. Pegou o título
das mãos da mulher, cumprimentou todos mesários e foi até a cabine de votação, onde ficou pouco
mais de dez segundos. Antes,
brincou com um mesário: "Você
vai ficar em pé aí o dia inteiro?".
O candidato a prefeito do PT em
São Bernardo, o deputado federal
Vicentinho, que acompanhava
Lula, aproximou-se da cabine e o
observou votar. Os dois sorriram,
e Lula declarou voto no petista.
Ao deixar a sala, o presidente
disse estar "confiante" sobre o resultado do pleito no Brasil. "Estou
confiante. Sou um homem de
muita confiança", completou.
Lula, Vicentinho e Luiz Marinho, presidente da CUT, haviam
tomado café da manhã juntos no
apartamento do presidente minutos antes da chegada à escola.
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