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Um perfil para cada produto
CONSUMIDORES VERDES SE DIVIDEM EM TRADICIONALISTAS, PÓS-MATERIALISTAS E PRIVILEGIADOS, DIZ PESQUISA
MARCO VARELLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Na economia verde, transformar ideias em realidade
depende do que pensam os
consumidores sobre o tema.
Uma pesquisa da UFPR
(Universidade Federal do Paraná) dá um passo nesse sentido ao traçar cinco perfis distintos de consumidores e de
sua possível relação com produtos sustentáveis.
"No conjunto, aparece
uma variada gama de perfis
de consumidores e, para cada um deles, há a necessidade de apresentação da sustentabilidade de maneira diferente", afirma o pesquisador Aguinaldo dos Santos,
um dos autores do estudo.
Resumos dos perfis estão
no quadro nesta página, indo
de tradicionalistas a pós-materialistas, passando pelos
privilegiados antenados.
Os tradicionalistas, focados na família, por exemplo,
são o alvo ideal para projetos
de casas sustentáveis e alimentos orgânicos.
Já os privilegiados antenados provavelmente vão adorar eletrônicos de última geração com sistemas energéticos inteligentes. Até os grupos aparentemente menos
promissores, os indiferentes
e aspirantes a materialistas,
certamente vão se interessar
por boas soluções de transporte público.
Levantar essa lista de arquétipos consumidores ajuda a direcionar certos produtos ou serviços ambientalmente conscientes para o
grupo certo de pessoas, dizem os pesquisadores.
REJEIÇÃO
Para eles, os sistemas,
mercadorias e serviços mais
sustentáveis oferecidos no
Brasil não contemplam as especificidades desses grupos,
o que contribui com a rejeição total do conceito verde
pelo consumidor.
O levantamento ouviu 296
pessoas em Curitiba. As perguntas envolviam tópicos como qualidade da moradia,
frequência de consumo, atitudes, preferências e aspirações de aquisição.
A pesquisa é fruto de uma
parceria entre pesquisadores
brasileiros e alemães da Universidade Técnica de Berlim.
Foi publicada em número especial sobre consumo sustentável da revista especializada no tema, "Journal of
Consumption".
O trabalho de Curitiba é só
o começo, afirma o grupo.
"Atualmente, estamos realizando pesquisa nacional
sobre o tema, sob o patrocínio da Finep [Financiadora
de Estudos e Projetos], envolvendo 11 universidades", diz
o pesquisador da UFPR.
PESQUISA
Assim como o estudo sobre os perfis, pesquisas acadêmicas sobre o consumo
sustentável se ampliam no
Brasil e no mundo.
Só em 2010, o aumento em
volume e diversidade em publicações sobre o tema se refletiu em edições especiais de
revistas científicas.
Entre os trabalhos, o
"Journal of Consumer Behavior" lançou um número sobre sustentabilidade via anticonsumo e o "Journal of Macromarketing" publicou um
especial em junho com o tema "Enfrentando o desafio
da sustentabilidade num
mundo de mudanças".
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