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rápido e desigual
Brasil olímpico acelera, mas deixa pobres para trás
ESPORTE NACIONAL CRESCE MAIS DO QUE A POPULAÇÃO E A ECONOMIA E CONCENTRA ASCENSÃO NO SUL E NO SUDESTE
Como o Brasil do "milagre econômico", nos anos 60
e 70, o esporte olímpico nacional cresce rápido, mas mal distribuído. Seja em verbas, tamanho da delegação ou resultados,
o Brasil olímpico vai mais rápido do que o país como um todo.
Contra um modesto crescimento médio do PIB por ano de
3,8% nos últimos cinco anos, o
dinheiro da Lei Piva cresceu a
12% por temporada.
Em 1968, quando tinha menos de 90 milhões de habitantes, o Brasil foi apenas o 35º colocado nos Jogos da Cidade do
México, com três medalhas, nenhuma delas de ouro.
Há quatro anos, em Atenas,
com o dobro da população, a
delegação do país mais do que
triplicou seus pódios -dez,
sendo cinco no lugar mais alto- e terminou na 16ª posição.
Mas o boom olímpico ainda
não chegou ao Brasil profundo.
Em Atenas, dois terços dos
247 atletas, maior delegação
olímpica do país, saíram de municípios com IDH-M (Índice de
Desenvolvimento Humano
Municipal) indicando alta qualidade de vida. No país como
um todo, apenas 37% da população está nessa situação.
Esporte de competição segue
sendo também algo difícil de alcançar nas regiões mais pobres.
Dos 42 competidores nacionais que ganharam medalha
em Atenas, apenas dois eram
nordestinos. A participação
dessa região na equipe foi de
12,6%, contra 28% de seu tamanho na população brasileira.
Para Pequim, um novo recorde no tamanho da delegação
deve ser batido. Até a última
terça-feira, o Brasil já tinha 163
atletas com vaga nos Jogos, em
23 modalidades diferentes.
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