São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

Texto Anterior | Índice

rápido e desigual

Brasil olímpico acelera, mas deixa pobres para trás

ESPORTE NACIONAL CRESCE MAIS DO QUE A POPULAÇÃO E A ECONOMIA E CONCENTRA ASCENSÃO NO SUL E NO SUDESTE

Como o Brasil do "milagre econômico", nos anos 60 e 70, o esporte olímpico nacional cresce rápido, mas mal distribuído. Seja em verbas, tamanho da delegação ou resultados, o Brasil olímpico vai mais rápido do que o país como um todo.
Contra um modesto crescimento médio do PIB por ano de 3,8% nos últimos cinco anos, o dinheiro da Lei Piva cresceu a 12% por temporada.
Em 1968, quando tinha menos de 90 milhões de habitantes, o Brasil foi apenas o 35º colocado nos Jogos da Cidade do México, com três medalhas, nenhuma delas de ouro.
Há quatro anos, em Atenas, com o dobro da população, a delegação do país mais do que triplicou seus pódios -dez, sendo cinco no lugar mais alto- e terminou na 16ª posição.
Mas o boom olímpico ainda não chegou ao Brasil profundo.
Em Atenas, dois terços dos 247 atletas, maior delegação olímpica do país, saíram de municípios com IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) indicando alta qualidade de vida. No país como um todo, apenas 37% da população está nessa situação.
Esporte de competição segue sendo também algo difícil de alcançar nas regiões mais pobres.
Dos 42 competidores nacionais que ganharam medalha em Atenas, apenas dois eram nordestinos. A participação dessa região na equipe foi de 12,6%, contra 28% de seu tamanho na população brasileira.
Para Pequim, um novo recorde no tamanho da delegação deve ser batido. Até a última terça-feira, o Brasil já tinha 163 atletas com vaga nos Jogos, em 23 modalidades diferentes.


Texto Anterior: Tiro investe em provas "on-line"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.