São Paulo, domingo, 06 de julho de 2008

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Falta de estrutura afeta relações com investidores

DA REDAÇÃO

Principal herói do esporte chinês, ao lado de Liu Xiang, o jogador de basquete Yao Ming entrou com uma ação judicial contra a Coca-Cola alegando uso indevido de sua imagem.
Aconteceu em 2003, um ano após sua estréia na NBA, a liga profissional dos EUA. O motivo, uma coleção de latinhas estampando fotos dele e de dois colegas de seleção chinesa.
A multinacional argumentou que era patrocinadora da federação chinesa e que o contrato previa a utilização das imagens dos jogadores com o uniforme.
Em outras partes do mundo, a defesa da empresa provavelmente encerraria o caso. Na China, não. A história virou debate nacional, evocando questões complexas como limites e abusos do capitalismo. Acuada, a Coca-Cola precisou fazer um pedido público de desculpas.
Outro caso conturbado aconteceu com a Siemens. Em 2004, a empresa alemã renovou o contrato com a federação chinesa de futebol. No ano seguinte, porém, rescindiu o acordo diante de um escândalo de corrupção e de arranjos de resultados no Campeonato Nacional.
Histórias que ilustram outros entraves para o investimento em esportes na China: a falta de amadurecimento das instituições, o que muitas vezes gera regras pouco claras.
E há, no Brasil, quem conte histórias parecidas, de problemas gerados pela falta de organização do esporte chinês.
No automobilismo: em fevereiro, a Le Mans Series anunciou que trocaria a etapa de Interlagos por uma corrida em Xangai. Cinco meses depois, a organização corre atrás de uma substituta. Os chineses não pagaram os valores acertados.
No vôlei: Alessandro Martinelli, da Momentum, que trabalha com a Confederação Brasileira de Vôlei, classifica como um "caos" a estrutura do país para reservar hotéis e alugar centros de treinamento.
E no futebol. Carla Dualib, sócia da SMA Sports Agency, viajou em 2005 para a China para tentar vender franquias da escolinha de futebol do Corinthians. Sem sucesso. Tempos depois, porém, ficou sabendo da existência de pelo menos uma escola pirata, com o nome do clube. "Não nos pagaram nada. O mercado lá é forte, mas muito pouco preparado e extremamente burocratizado. A possibilidade para o futuro impressiona, mas o presente ainda é complicado", afirma. (FSX)


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