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TAREFA PERMANENTE
Gerenciando a imagem
NELSON BARRIZZELLI
ESPECIAL PARA A FOLHA
Ao ler o título os leitores devem estar pensando: mais um
artigo sobre a importância da
boa imagem. Mesmo porque
qualquer pessoa medianamente
informada sabe que tanto a imagem das pessoas como a das empresas precisa ser bem cultivada.
No entanto, essa não é uma
questão totalmente resolvida.
Desde as épocas romanas, Cícero, o grande orador, dizia que
"não basta à mulher de César ser
honesta, ela tem de parecer honesta", enfatizando o poder e a
importância da imagem.
Os livros didáticos estão cheios
de teoria a respeito do cultivo da
imagem, razão pela qual, nessas
poucas linhas, quero relatar como, na prática, a imagem pode
ser destruída sem muito esforço.
Tomemos como exemplo as
empresas de telefonia fixa e celular. Cada uma delas gasta milhões de reais em propaganda de
massa para se posicionar adequadamente na mente do consumidor. Todo esse esforço, no
entanto, desmorona quando alguém tenta entrar em contato
com uma dessas empresas.
Primeiro há os intermináveis
menus eletrônicos, depois a irritante espera com a frase "não
desligue, já iremos atendê-lo,
sua ligação é muito importante
para nós". Finalmente, quando
alguém consegue falar com as/os
atendentes de telemarketing,
postados em algum lugar do
país, verifica que eles são absolutamente despreparados para um
atendimento compatível com a
imagem que essas empresas
procuram transmitir.
As excelentes agências que as
atendem poderiam prestar-lhes
um grande favor, demonstrando
a impropriedade entre os esforços publicitários e a péssima
imagem que elas transmitem
quando tentamos contatá-las.
O mesmo vale para inúmeros
outros serviços, tais como bancos, TVs pagas, assistências técnicas, companhias aéreas etc.
As empresas prestadoras de
serviços estão mais vulneráveis a
arranhões em suas imagens,
uma vez que uma das características desse tipo de operação é a
variabilidade. Mas não é apenas
esse setor que precisa cuidar de
sua reputação. As empresas arranham sua marca quando as
pessoas que as representam não
estão preparadas para oferecer
respostas adequadas ou para resolver problemas que lhes são
apresentados.
Todos sabem que um exemplo
vale mais do que mil palavras,
mas, em relação à imagem, isso é
mais real do que nunca.
Nelson Barrizzelli, 63, é professor
da FEA-USP
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