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Técnica
Repetição de lances traz aperfeiçoamento
Mesmo profissionais de elite lucram no treino de fundamentos básicos
do esporte, como passes, chutes, lançamentos e cabeçadas
DA REPORTAGEM LOCAL
No mais alto nível ou
na iniciação, o treinamento de futebol
consiste em basicamente duas coisas: aprimorar a
parte técnica e a parte tática.
Por técnica, entenda-se o desenvolvimento de fundamentos. Um passe, um chute, um
lançamento, uma cabeçada.
A tática é a estratégia usada
para atacar o adversário ou
anular seus pontos fortes. Em
treinos, consiste na simulação
de uma partida -ensaiando jogadas específicas que, geralmente, são proibidas de registros por treinadores que querem surpreender o rival.
São nos treinos que os técnicos conseguem "moldar" a
equipe ao seu estilo de atuar.
Alguns treinadores exigem
excelência em fundamentos.
Cilinho, treinador de São Paulo
e Corinthians nos anos 80 e 90,
é um exemplo. Ele obrigava alguns de seus jogadores a controlar bolinhas de tênis para
aperfeiçoar o domínio. Outros,
como Telê Santana, técnico da
seleção brasileira nas Copas de
1982 e 1986, exigiam repetição
extrema em cruzamentos, chutes, passes e cobranças de falta.
Tornou-se clássico o exemplo de Cafu. Limitado nos cruzamentos, fazia "horas extras"
em treinos sob o comando de
Telê no São Paulo. E evoluiu a
ponto de se tornar o primeiro
atleta na história a disputar três
finais seguidas em Copas.
"Sem este tipo de ajuda, jamais teria alcançado o nível que
atingi", diz sempre o lateral.
Nos Mundiais dos anos 70 e
80, era esse o enfoque principal
dos treinamentos -o futebol
da época era mais lento, menos
tático, e o jogador de mais técnica sempre sobressaía. Basta
lembrar o lance em que Gérson
lança Pelé no terceiro gol da final contra a Itália em 1970. No
meio-campo, ele domina, ergue
a cabeça, calcula o lançamento
e manda a bola com perfeição.
Algo que, hoje, não ocorre nem
em treinos.
(TALES TORRAGA)
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