São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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SERRA

DA REPORTAGEM LOCAL

Mais velho dos quatro candidatos à Presidência, José Serra é o único do tempo dos mil-réis. Nascido em 1942, tinha pouco mais de seis meses quando Getúlio Vargas, em plena Segunda Guerra e em meio à ditadura do Estado Novo, introduziu o cruzeiro.
De origem modesta, o menino foi criado na Mooca, bairro paulistano em que se concentravam os imigrantes italianos que trabalhavam na indústria. Morando numa casa típica de operários -quarto e sala-, a família vivia do comércio de frutas.
Filho único, Serra teve em sua avó materna a maior influência. Carmela era argentina, e a primeira língua do neto foi um arrastado portunhol. O avô Steffano, que o ensinou a beber vinho, era um calabrês analfabeto.
O pai, Francesco, viera da Itália para o Brasil com 30 anos, em 1939. Dois anos anos depois, casou com Serafina.
A educação básica de Serra foi a da escola pública. Alfabetizado no Colégio Dom Bosco, fez o ginásio no São Judas Tadeu e o científico no Colégio Roosevelt.
Era obediente em casa, mas indisciplinado na escola, o que o tornou vítima frequente de reguadas na mão. Na adolescência, gostava de jogar sinuca à noite, após sair do colégio. Quando ingressou na Politécnica, faculdade de engenharia, começou a fazer teatro.
Duas de suas predileções atuais vêm daqueles primeiros anos de vida. Com o pai, Serra assistia aos jogos do Palmeiras. Aos domingos, ia às matinês do cinema local.
A aversão ao cigarro também data dessa época, das noites em que o pai e os tios jogavam cartas sob intensas baforadas.



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