São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

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BEM PARA LÁ

Marsilac e Parelheiros elogiam sossego

Os dois distritos mais afastados do centro exaltam ausência de trânsito e dão boas notas para qualidade do ar e segurança

JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Moradores de Marsilac, distrito mais distante da região central, a 55 km da praça da Sé, destacam inusitadas descrições para a quarta maior cidade do mundo: ausência de poluição -principal ponto positivo para 38%-, qualidade do ar (nota 9,3), conservação das áreas verdes (8,8), silêncio (8,5) e não ocorrência de trânsito (7,4).
De seu bar em frente à praça Maria Nazareth da Costa, o comerciante Antonio Bertini dos Santos, 64, acostumou-se a ouvir, "a cada 15 minutos", o barulho dos ônibus. "Não precisa mais esperar uma hora, como há até um ano e meio", afirma ele, após a criação de linhas para os terminais Parelheiros e Varginha, onde há integração para o centro e outros bairros.
O comerciante comemora um sutil progresso, com melhorias que, segundo ele, não geraram efeitos colaterais, como a poluição -"graças à área de proteção [ambiental Capivari-Monos, criada pela prefeitura em 2001]".
Já Antonio Rosa, 53, caseiro de um sítio no Embura do Alto, diz que há seis anos não vai "à cidade" -para ele, a Cidade Dutra, ainda no extremo sul, da qual tem como lembrança "o cheiro ruim do rio [Jurubatuba]". Em frente ao sítio, a estrada da Ponte Seca leva ao Parque Estadual da Serra do Mar, onde é possível ver o mar de um mirante, após percorrer 13 km entre sítios onde se criam até avestruzes e meia hora de trilha a pé, até o limite com a cidade litorânea de Itanhaém.

Melhorias
O ambiente também é bem avaliado em Parelheiros, que registrou notas altas para a qualidade do ar (7,6) e para a ausência de trânsito (7). Segundo distrito mais afastado do centro, o local é aquele onde mais moradores (71%) acham que a vida melhorou nos últimos cinco anos na região.
Problemas antigos vêm melhorando, segundo os moradores do distrito, mais urbanizado e bem mais povoado -134 mil, segundo a Fundação Seade. O alívio vem do recapeamento do asfalto, "que era mais retalhado que roupa de palhaço", segundo Wilson Miranda, 44, e do terminal, organizando os ônibus, que "antes paravam cada um num lugar", diz a comerciante Alcione da Silva, 33.
A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) não mede poluentes em Marsilac, e a estação Parelheiros fica, apesar do nome, no Grajaú. A gerente de qualidade do ar da companhia, Maria Helena Martins, afirma, porém, que locais com baixa circulação de veículos tendem a ser menos poluídos.


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