São Paulo, domingo, 07 de setembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CIDADE DOS SONHOS

Represa Guarapiranga teria parque aquático

Anel viário percorreria as margens da represa, onde haveria ainda locais de lazer e sistema de tratamento de esgoto

Ilustração Jubran


DA REPORTAGEM LOCAL

O homem que vislumbrou a transformação de uma área alagadiça em uma das principais regiões comerciais de São Paulo continua apostando na expansão da cidade rumo ao sul.
O arquiteto Carlos Bratke, que projetou ao menos 62 dos edifícios da avenida Luís Carlos Berrini, no Brooklin, acredita que o entorno da represa Guarapiranga, no extremo sul, pode se tornar um novo ponto de adensamento de São Paulo.
"O encaminhamento está indo para lá mesmo, A Berrini já está quase esgotada. Tem a operação Água Espraiada ainda, que chega quase até a represa e poderia continuar", afirma.
A proposta de Bratke é criar uma forma de lazer gratuito para a população de baixa renda combinada a um sistema de saneamento e complexo turístico. Ao redor da represa, seria criada uma avenida que também funcionaria como um anel coletor dos afluentes poluídos, centralizando o tratamento da água. Ao longo do anel, Bratke propõe a criação de bairros em forma de baía ou tipo marina, de praias artificiais e de uma área com edifícios de escritório.
Haveria ainda um pólo turístico, com parque e museu. "Poderia ser explorado esse tema da água", diz Bratke, sugerindo a criação de um parque aquático, um museu náutico e de um centro de pesquisa ecológica. A verba, que ele não chegou a estimar de quanto seria, poderia vir das empresas que se instalassem no local.
Outro atrativo da região seria a instalação de um aeroporto nas imediações, que operaria vôos domésticos e desafogaria o tráfego dos aeroportos de Congonhas e Cumbica.

Ocupação
Boa parte do problema de saneamento da região está ligada à ocupação irregular dessas áreas. "O que está acontecendo é que o que a gente chama de migração intra-urbana, que esvazia o centro e enche a periferia, particularmente as áreas proibidas", afirma Maria Lúcia Refinetti Martins, do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo).
"O problema da área de mananciais, particularmente da Guarapiranga, é que vem de lá a água que a gente bebe. Se vai esgoto para lá, até um determinado limite você tem como tratar; passando disso, não tem mais o que fazer", diz a urbanista.
Para combater o problema, ela afirma que se deve atuar tanto nas áreas ocupadas, tratando o esgoto local, quanto criando formas de adensar áreas já dotadas de infra-estrutura. (MARIANA BARROS)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.