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Rodízio por setores visa fortalecer a cooperação
Profissional deve conhecer dificuldades de cada área da empresa para compreender o sistema e seus problemas
EDUARDO LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O primeiro passo de quem
planeja chegar à diretoria é
aprender como funciona o
negócio. Para isso, empresas
oferecem programas em que
o futuro líder passa um tempo em cada departamento.
Um dos objetivos é melhorar a interação entre setores.
"As pessoas entendem as dificuldades de colegas e criam
soluções, tornando-se mais
cooperativas", afirma Vicente Picarelli Filho, 61, sócio
que lidera a linha de serviços
de consultoria em gestão de
capital humano da Deloitte.
Ele acrescenta que o profissional pode ir para uma
área crítica. "Nesse processo,
faz conexões e volta potencializado para seu setor", diz.
Na distribuidora de combustíveis Ale, líderes recém-chegados passam 15 dias conhecendo todas as áreas da
empresa, explica Vladimir
Barros, 39, gerente-executivo
de recursos humanos.
Para ele, desenvolver visão sistêmica ajuda a montar
equipes bem alinhadas às estratégias da empresa. "Além
disso, favorece a habilidade
de fazer interligações entre
pessoas e setores para atingir
as metas de cada momento."
PROGRAMAS
Alguns programas definem as áreas pelas quais o
profissional vai passar e por
quanto tempo. A alternância
de funções pode se estender
por meses e é combinada
com o plano de carreira.
Na Atlantica Hotels International, o processo dura 18
meses. "O participante recebe treinamento e cumpre carga horária em outros setores", explica Dináurea Cheffins, vice-presidente de RH.
Nos menos sistematizados, o potencial líder se envolve em projeto de maior
abrangência. "Dependendo
do sucesso, pode ocupar posição mais alta no futuro",
explica Willian Bull, 51, líder
regional de gestão de talentos e remuneração da Hewitt.
A iniciativa de rodar pela
empresa pode partir do profissional, indica Marcelo
Cuellar, 33, gerente da divisão de RH da Michael Page.
"Ele pode sugerir caminhos
como gerenciar equipes ou
cuidar de projetos ligados a
áreas que exijam conhecimentos importantes para seu
desenvolvimento", explica.
DE OLHO
Júlio Paulon, 38, gerente
comercial interno da Ale,
participou de um
programa de
desenvolvimento que
incluía passar três ou
quatro dias em setores
como o financeiro, o de
crédito e o jurídico. "Até
hoje, quando vejo uma
mudança, peço para ficar
alguns dias em outra área
para aprender", conta.
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