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São Paulo, sábado, 08 de março de 2003

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SEGURANÇA

Em 2001, no Brasil, 31.412 crianças com idades entre 0 e 12 anos se envolveram em acidentes de trânsito, das quais 1.405 morreram

Transporte irregular é fora da lei, mas de qual?

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Fazer uma criança comer vegetais ou ficar quieta é difícil. Para muitos pais, conseguir mantê-la segura dentro de um carro, en- tão, é missão quase impossível.
Para piorar, a lei que trata do assunto é vaga. O artigo 64 do Código de Trânsito Brasileiro diz: "As crianças com idade inferior a dez anos devem ser transportadas nos bancos traseiros, salvo exceções regulamentadas pelo Contran".
O 65 discorre sobre o uso obrigatório do cinto de segurança. Só que o equipamento, projetado para adultos, não serve às crianças.
Com isso as "causas externas", em especial os acidentes de trânsito, tornaram-se o fator mais importante de mortalidade no Brasil na faixa de 5 a 19 anos, segundo dados do Ministério da Saúde.
O quadro, porém, é evitável. Pesquisas da ONG Criança Segura - Safe Kids Brasil mostram que crianças no banco traseiro têm de 35% a 50% menos probabilidade de morrer em acidentes. As cadeirinhas, instaladas corretamente, diminuem o risco em 71%.
Apesar disso, a maioria das crianças viaja solta, segundo Ri- ta de Cássia Cunha, diretora-substituta do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito).
O governo brasileiro não tem estatísticas mais detalhadas, mas os EUA já produziram números assustadores, que levaram à criação de um novo sistema de fixação de cadeirinhas.
Preocupadas com a desatenção doméstica ao assunto, autoridades e organizações civis brasileiras começaram a se mobilizar.
Em 28 de janeiro, um encontro reuniu o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, e representantes do Denatran, da Criança Segura, do Inmetro (instituto de normatização de qualidade), do Detran, do IQB (instituto que normatiza artigos infantis) e da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Ficou acertado que as organizações vão apresentar um projeto ao Conselho Nacional de Trânsito para regulamentar a lei, que, na opinião de todos, precisa detalhar como deve ser o transporte das crianças, além de exigir a certificação dos equipamentos de segurança -hoje optativa, o que torna difícil até a fiscalização. (RGV)


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