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CASOS REAIS
Em 2000, nos Estados Unidos, seis crianças (de 0 a 14 anos) morreram e 797 ficaram feridas, diariamente, em acidentes de trânsito
Dispositivos viram "anjos da guarda" em acidentes
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A família da ascensorista Luzinete Alves Maceira voltava de carro da Bahia para São Paulo quando um outro veículo, ao fazer um
retorno na rodovia, acabou entrando na contramão da pista. Os
dois carros bateram de frente.
Sua filha Janaína, 8, que estava
presa ao cinto abdominal, deitada
no banco de trás, sofreu graves lesões no abdome. Ela precisou fazer uma cirurgia para reconstruir
o pâncreas e retirar o baço.
"Por sorte, o socorro foi rápido", lembra a mãe, que agora
transporta a menina sentada sobre uma almofada e presa ao cinto
de três pontos. Justifica o procedimento, desaconselhado pelos especialistas, dizendo que não pode
arcar com o preço de um booster
(assento que aumenta a altura).
Segundo a ONG Criança Segura, crianças de 18 kg a 36 kg (entre
4 e 10 anos) devem usar o booster.
O cinto de segurança para adulto,
sozinho, não as protege dos traumas de um acidente. Para que
uma criança fique segura usando
somente o cinto, ela deve ter altura suficiente (cerca de 1,45 m).
Certificar-se verificando se os
cintos de segurança se encaixam
nela corretamente. O de dois pontos deve se ajustar de um lado a
outro no quadril, não no estômago. O de três pontos deve cruzar o
centro do ombro, não o pescoço
ou a garganta. O booster, encontrado em lojas de puericultura,
pode custar menos de R$ 40.
Colo não é seguro
Ninguém espera sofrer um acidente com o veículo parado, mas
foi exatamente o que aconteceu
com a psicóloga Rita Villela.
Ela e o marido estavam em seu
carro, num semáforo da avenida
Paulista, quando outro veículo
bateu na traseira. Sua filha, Mariana, então com dez dias, nem
foi acordada pelo choque: estava
em um bebê-conforto, preso aos
cintos do banco de trás.
"Eu havia conhecido uma integrante da ONG Criança Segura,
que me convenceu a comprar o
equipamento. Se não fosse por
ela, eu não teria comprado. Sempre carreguei meu primeiro filho
no colo, achava mais seguro", diz.
Achar que o colo é seguro dentro do carro é apenas um dos muitos mitos que povoam a mente
das mães. Outro erro comum é
permitir que a criança fique sem o
cinto ou fora da cadeirinha em
trechos curtos, perto de casa.
Segundo o Departamento Nacional de Tráfego Americano,
75% dos acidentes ocorrem num
raio de 30 km da casa do motorista, quando as pessoas estão mais
relaxadas e distraídas.
(RGV)
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