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GESTÃO
Administração pública mira eficiência do setor privado
Governo busca especialistas em planejar políticas; SP quer gestão por resultados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Governos buscam cada vez
mais profissionais capazes de
traçar melhores políticas públicas -e de implantá-las.
A esfera federal emprega 793
especialistas em gestão governamental e políticas públicas,
quase o dobro do que em 2000,
quando havia 400, segundo o
Ministério do Planejamento.
Já a Secretaria de Gestão Pública de São Paulo quer contratar 150 desses profissionais
neste ano (acompanhe em
www.gestaopublica.sp.gov.br). A ideia é profissionalizar a administração pública e
adotar a gestão por resultado.
"Esses profissionais vão fiscalizar os resultados e a qualidade dos gastos, focados em
eficiência", afirma Sidney Beraldo, 58, secretário de gestão
pública do Estado.
No governo federal, o trabalho desse especialista começa
ao avaliar o cenário da população para determinar ações, explica Celina Ramalho, professora do departamento de planejamento e análise econômica da Escola de Administração
da Fundação Getulio Vargas.
Depois ele checa o andamento das políticas e propõe modificações segundo resultados.
Para subir na carreira, deve
fazer cursos na Enap (Escola
Nacional de Administração Pública), ligada ao Ministério do
Planejamento. Dependendo da
carga horária e de sua avaliação, poderá ser promovido.
O topo é a função de secretário (em qualquer ministério),
um nível hierárquico abaixo de
um ministro. Chegar lá não depende de anos de serviço. "Um
recém-ingresso pode ocupar a
vaga", afirma Rodrigo Zerbone,
diretor da Anesp (Associação
Nacional dos Especialistas em
Políticas Públicas).
Promoção por mérito
Como no setor privado, a ascensão depende de mérito profissional. É possível se transferir para outro órgão por indicação ou se candidatando à vaga.
O salário inicial de especialistas
em gestão governamental é de
R$ 10,9 mil; o teto é R$ 15 mil.
Para Djair Pichiai, professor
de administração pública da
Fundação Getulio Vargas, faltam profissionais que consigam colocar os projetos em
prática. "As políticas públicas
são muito bem formuladas,
mas, na hora de usar a máquina
estatal, às vezes falta capacidade operacional", comenta.
Gestores públicos enfrentam
dificuldades como escassez de
pessoal e de recursos. "Um
grande desafio é vencer o corporativismo e os interesses já
constituídos", assinala Ricardo
Vidal, presidente da Anesp.
É preciso ter flexibilidade.
"Há um grande processo de negociação, desde os acordos na
equipe até os entre os gestores
de áreas", completa Vidal.
"Eles devem ser capazes de
analisar problemas, avaliar riscos, fazer cenários e tecer julgamentos", lista Elisabete Ferrarezi, professora da Enap.
(JV)
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