Associações de pós-graduação começam a avaliar as especializações

RAQUEL BOCATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Há anos atraindo cada vez mais profissionais de volta aos bancos escolares, o curso de MBA (Master in Business Administration, especialização em administração) deixou de ser um diferencial e virou pré-requisito para recrutadores de muitas empresas brasileiras.
Tanto que é difícil achar profissionais em postos a partir do nível gerencial que não tenham se sentido tentados a se matricular em um desses cursos.
Mas, em busca de promoção, de atualização ou para aumentar a rede de contatos ("networking"), futuros alunos ainda enfrentam dúvidas sobre se o curso trará resultados e como escolher uma boa escola.
Ex-alunos e profissionais que acabaram de iniciar o curso consultados pela Folha podem ajudar a decidir. Nas próximas páginas, eles contam por que estão fazendo MBA e que efeito ele tem na vida profissional.
A segunda pergunta é mais difícil de responder. Sem avaliações como as que são feitas nos cursos "stricto sensu", não há ranking de escolas nem indicadores de qualidade.
"Por terem foco no mercado, as especializações são flexíveis e dinâmicas. Podem deixar de ser oferecidas, não há como estruturar uma avaliação como a de mestrados e doutorados", diz Orlando Pilate, coordenador-geral de acreditação de cursos e instituições do MEC (Ministério da Educação).
Mesmo assim, o MEC começou a cadastrar os cursos para monitorar itens como titulação dos professores e carga horária. Como a primeira coleta não foi suficiente, a partir deste mês um novo levantamento será feito pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).
Há mais iniciativas: desde 2004, a Anamba (Associação Nacional de MBA) confere selo de qualidade a MBAs que preenchem requisitos como público com experiência profissional relevante de mais de três anos, mínimo de 480 horas de aula e 75% do corpo docente com mestrado ou doutorado.
"Temos cinco escolas credenciadas e dois processos de certificação em andamento", diz Irineu Gianesi, conselheiro da Anamba. Confira quais são no site www.anamba.org.br.

Avalização
Já a Anpad (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração) criou, neste ano, um sistema para avalizar cursos de pós em administração e contabilidade.
As instituições serão avaliadas em quesitos como produção e pesquisa, modelo curricular e infra-estrutura. A adesão é optativa, e quem não atender aos padrões poderá receber orientação. Os primeiros processos estão em andamento (não há escolas certificadas).


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